Revista Brasileira de Oftalmologia (Apr 2022)

Tumores Palpebrais: perfil epidemiológico e acurácia da hipótese diagnóstica clínica

  • Bruno Hirt,
  • Marcos Bortoluzzi Worma,
  • Fernando Eiji Ogata,
  • Ana Paula Bortolotto,
  • Graziela Junges Crescente Rastelli,
  • Rodrigo Beraldi Kormann

DOI
https://doi.org/10.37039/1982.8551.20220023
Journal volume & issue
Vol. 81

Abstract

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RESUMO Objetivo: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por tumores palpebrais, além de comparar o índice de acerto do diagnóstico clínico de tumores palpebrais ao exame histopatológico padrão-ouro. Métodos: Estudo retrospectivo com análise de prontuários de pacientes, no período entre 2015 e 2019, submetidos à biópsia excisional das lesões como forma de tratamento definitivo, com consequente classificação histopatológica da peça cirúrgica. Foram analisados idade e sexo dos pacientes, além de localização, diagnóstico clínico e classificação histopatológica dos tumores. Resultados: Foram verificados 273 prontuários, totalizando 331 tumores palpebrais. O índice de acerto do diagnóstico clínico, comparado ao laudo anatomopatológico, foi de 88,2%. Dos tumores encontrados, 284 (85,8%) eram benignos; dentre os malignos, o mais prevalente foi o carcinoma basocelular (80,6%), seguido pelo espinocelular (8,5%) e o sebáceo (6,4%); dentre os benignos, o mais prevalente foi o papiloma (19,7%), seguido pelo nevus (13,7%) e pelo hidrocistoma (13,4%). A idade média dos pacientes foi de 49,5±20,1 anos, com prevalência feminina de 56,4% (n=155). Dos pacientes, 42 (15,3%) apresentaram tumores com malignidade, sendo 23 (54,8%) mulheres. Os tumores acometeram 178 pálpebras inferiores e 125 superiores, 22 cantos mediais e seis laterais. O lado mais acometido foi o direito, com 169 tumores; 162 foram no lado esquerdo, e 19 pacientes tiveram acometimento bilateral. Conclusão: O exame histopatológico é uma ferramenta essencial no diagnóstico definitivo e no acompanhamento do paciente com tumor palpebral, o qual, em geral, mostra predomínio benigno, assim como preferência por idade próxima e/ou superior a 50 anos, sexo feminino, lado direito e pálpebra inferior. Esses fatos devem ser levados em consideração durante a consulta oftalmológica, devido à probabilidade de malignidade de tumores palpebrais. O melhor tratamento continua sendo a excisão cirúrgica total com margens livres da lesão.

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