Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Dec 2006)

Ventilação mecânica não-invasiva aplicada em pacientes com insuficiência respiratória aguda após extubação traqueal Noninvasive positive pressure ventilation in patients with acute respiratory failure after tracheal extubation

  • Anderson José,
  • Luiz Rogério de Carvalho Oliveira,
  • Elaine Cristina Polleti Dias,
  • Daniela Brandão Fuin,
  • Leslie Gomes Leite,
  • Graziele de Souza Guerra,
  • Deise do Carmo Barbosa,
  • Paulo Antonio Chiavone

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-507X2006000400004
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 4
pp. 338 – 343

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) tem sido utilizada rotineiramente como método para auxiliar o desmame da ventilação mecânica. Uma das aplicações mais comuns é a sua utilização em pacientes que evoluem com quadro de insuficiência respiratória aguda (IRpA) após a extubação traqueal, embora as evidências científicas para esta indicação ainda sejam controversas. Os objetivos deste estudo foram identificar o número de pacientes que evoluem para IRpA após a extubação, avaliar a eficácia da VMNI para reverter este quadro e promover aumento da taxa de sucesso no desmame da ventilação mecânica. MÉTODO: Foi realizado um estudo prospectivo e transversal. A VMNI foi aplicada nos pacientes que apresentaram IRpA após extubação, independentemente de sua etiologia. A VMNI foi realizada na modalidade pressão de suporte, que foi ajustada para se obter volume-corrente exalado (Vte) de 6 a 8 mL/kg e PEEP e FiO2 ajustados para se obter a SaO2 > 95%. A VMNI foi realizada de forma contínua até cessarem os sinais de IRpA apresentados. O sucesso do desmame e da VMNI foi definido quando os eventos que levaram o paciente à utilização da VMNI fossem revertidos por um período superior a 48 horas de ventilação espontânea, evitando assim a re-intubação. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 103 pacientes. Observou-se que 32% (33) evoluíram com sinais de IRpA após a extubação e foram submetidos a VMNI. O tempo de VMNI utilizado foi 8 ± 5 horas, a PSV utilizada foi de 12 ± 2 cmH2O, PEEP de 7 ± 2 cmH2O, FiO2 de 40% ± 20%, Vte de 462 ± 100 mL, FR de 26 ± 5 rpm. Entre os pacientes submetidos a VMNI (33), 76% (25) cursaram com sucesso e posterior alta do serviço de terapia intensiva e 24% (8) evoluíram com insucesso da VMNI e necessidade de re-intubação. CONCLUSÕES: A VMNI aplicada em pacientes com IRpA após a extubação foi um recurso seguro e eficaz para evitar a re-intubação.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Noninvasive positive pressure ventilation (NPPV) has been routinely used to assist the weaning of the mechanical ventilation. One of the applications most common is in patients who had acute respiratory failure after extubation, even the scientific evidences for this indication still controversy. The aims of this study were to evaluate the index of patients that evolve for respiratory failure after extubation and evaluated the effectiveness of NPPV to avoid the need for reintubation and to promote increase in success index of weaning. METHODS: We conducted a transversal and prospective study. It was applied to NPPV in the patients who presented respiratory failure after extubation, independent of its etiology. NPPV was applied in to pressure support ventilation, with Vte for 6 to 8 mL/kg, PEEP and FiO2 adjusted to reach SaO2 > 95%. The NPPV was accomplished of a continuous mould even interrupt the signs of respiratory failure presented initially. The success of weaning and the NPPV was defined when the clinical events were reverted by a period greater than 48 hours in spontaneous breathing, avoid thus reintubation. RESULTS: We included 103 patients. Noted that 32% (33) evolved with signals of respiratory failure after extubation and were submitted to NPPV. The time of NPPV was on mean 8 ± 5 hours, PSV of 12 ± 2 cmH2O, PEEP of 7 ± 2 cmH2O, FiO2 of 40% ± 20%, Vte of 462 ± 100 mL, RR of 26 ± 5 rpm. Among patients who accomplished NPPV (33), 76% (25) attended with success and them afterwards let the ICU. Of the patients assigned to NPPV, 24% (8) did not tolerate the procedure and were reintubated. CONCLUSIONS: We conclude that NPPV is safe and effective in averting the need for reintubation in patients with respiratory failure after extubation.

Keywords