Revista Portuguesa de Enfermagem de Reabilitação (Jan 2023)

Ganhos com o programa de reabilitação e ensino à pessoa com insuficiência cardíaca (Programa REPIC)

  • Sandra Maria da Cruz Pestana,
  • Ana Cristina Martins Alferes Vermelho,
  • Maria Manuela Ferreira Pereira da Silva Martins

DOI
https://doi.org/10.33194/rper.2023.213
Journal volume & issue
Vol. 6, no. 1

Abstract

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Introdução: Apesar dos avanços no tratamento, a insuficiência cardíaca é uma doença crónica, cuja incidência aumenta com a idade. Os internamentos por descompensação mantêm-se elevados, pelo que é crucial priorizar estratégias para a autogestão, tais como o ensino, o acompanhamento e os programas de reabilitação cardíaca. Face ao exposto, este estudo teve como objetivo verificar o impacto do programa REPIC na qualidade de vida, nível de conhecimentos e adesão ao exercício físico. Metodologia: Estudo quantitativo com desenho antes-após de grupo único realizado numa amostra de 110 pessoas com insuficiência cardíaca, sujeitos a um programa de reabilitação e educação para a saúde durante o internamento e com follow-up telefónico, ao final de um mês, seis meses e um ano após a alta clínica. Resultados e Discussão: A maioria dos participantes são do sexo masculino (66%) e a amplitude da idade varia entre 30 e 89, com uma média de 64,3 anos e um desvio padrão de 14,4. A análise dos dados evidenciou uma melhoria estatisticamente significativa no conhecimento sobre a doença, bem como na perceção da qualidade de vida nas dimensões mobilidade, cuidados pessoais, atividades habituais e nível geral de saúde (p=0,01). O incremento no tempo de exercício físico após o programa REPIC foi confirmado com resultado estatisticamente significativo [t (109)=6,03; p=0,019]. Os resultados obtidos demonstram os benefícios da educação para a saúde e do acompanhamento telefónico de enfermagem, nomeadamente a melhoria no nível de conhecimentos sobre a doença, na qualidade de vida e na adesão ao exercício físico. Conclusão: O programa REPIC permitiu reforçar o processo educativo, potenciar os comportamentos de autogestão, melhorar a qualidade de vida e aumentar a duração do exercício físico.

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