Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Jun 2001)

Prótese valvar aórtica sem suporte: o que aprendemos

  • Vinícius José da Silva NINA,
  • Mark F. O'BRIEN

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76382001000200005
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 2
pp. 119 – 127

Abstract

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Objetivo: Analisar o estado atual e a justificativa para o uso continuado das próteses aórticas sem suporte, dando enfoque aos resultados clínicos com a prótese porcina composta CryoLife-O'Brien™ (CLOB). Casuística e Métodos: Entre dezembro de 1992 e fevereiro de 2000, 307 pacientes foram submetidos à troca da valva aórtica por uma prótese CLOB. A idade média dos pacientes era de 73 anos (59-89 anos), sendo 16% acima de 80 anos. Todos os pacientes foram analisados clínica e ecocardiograficamente no pós-operatório com 6 dias, 6 meses, 12 meses e anualmente. Resultados: A mortalidade hospitalar foi 1,3% (4 casos não relacionados à troca valvar). A mortalidade tardia foi 9,2% (28 pacientes); dos quais somente 2 (endocardite tardia) eram prótese-relacionados. Morbidade incluiu: 2 (0,6%) casos de acidente vascular cerebral perioperatório, 6 (1,9%) "leaks" perivalvares, 6 (1,9%) endocardites e 1 (0,3%) deterioração estrutural. Reoperação foi necessária em 6 (1,9%) pacientes: 3 por endocardite, 2 por "leak" perivalvar e 1 por deterioração estrutural. Os ecocardiogramas seriados demonstraram um gradiente médio de 7mmHg, com uma baixa incidência de incompetência trivial pelo doppler, e regressão significativa da hipertrofia ventricular esquerda (p=0,05). Conclusão: As próteses sem suporte têm apresentado excelentes resultados a curto e médio prazos. Entretanto, vigilância rigorosa é necessária para determinar a durabilidade aos 10-12 anos, período em que as valvas porcinas com suporte começam a demonstrar deterioração estrutural.

Keywords