Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PROJETO BEM-ME-QUER: A PRÓ-SANGUE CUIDANDO DE SUAS DOADORAS

  • CK Kanashiro,
  • DR Novac,
  • V Tsugao,
  • FJ Luz,
  • MCAV Conrado,
  • JVB Oliveira,
  • CS Nivardo,
  • V Rocha,
  • A Mendrone-Junior,
  • CL Dinardo

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S835 – S836

Abstract

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Introdução: A doença Hemolitica do Feto e Recem Nascido (DHFR) é a complicação obstetrica decorrente da presença de anticorpos anti-eritrocitarios no sangue materno. Estes anticorpos atravessam a barreira placentária e ligam-se aos eritrocitos fetais, causando hemolise e anemia fetal, que pode ser intensa e recorrer a realização de transfusões intra-uterinas. O grupo de mulheres com maior risco de apresentar esta complicação é a de fenotipo RhD negativo. Indica-se a realização de imunoprofilaxia com globulina anti-D ao final da gestação e ate 72 horas após nascimento, bem como em situações de abortamento e sangramentso durante gestação. No cenario brasileiro atual, a DHFR por anti-D representa mais de 80% dos casos por falha da indicação e aplicação da profilaxia. Além do anti-D, os anticorpos anti-c e anti-Kell tambem estao associados a DHFR. A forma de identificar as gestantes e fetos em risco é a realização do teste de pesquisa de anticorpos Irregulares (PAI) capaz de detectar os anticorpos e encaminhar para o acompanhamento de pré-natal de alto risco. O PAI é indicado para todas as gestantes e raramente é realizado no Brasil com mulheres que apresentam fator Rh positivo. levando ao subdiagnostico do feto com DHFR. A PAI é um exame obrigatório a todos os doadores de sangue, o que contempla tambem mulheres em idade fertil. Com isso, nossa proposta é identificar e comunicar comunicar a essas mulheres todas as vezes que houver a presença de anticorpos, para em uma futura gestação ser informado ao médico obstetra. Objetivo: Identificar os anticorpos eritrocitários de relevância para a medicina obstetrica em população de doadoras de sangue em idade fértil e notificadas do resultado visando reduzir o subdiagnostico e incorreto manejo de casos de DHFR. Identificar as doadoras em idade fértil fenótipo RhD negativos ou RhD parcial e que seja candidatas a imunoprofilaxia anti-D durante a gestação, visando a melhora na aplicação da profilaxia e redução da DHFR pelo anti-D. Metodologia: Tipagem sanguinea ABO e RHD em sistema automatizado, PAI e identificação em sistema cartão gel. Realização de genotipagem para os antígenos eritrocitários de relevância para medicina obstétrica por metodologia de DNA-array, Laudo caracterizado pela emissão on-line, contendo de identificação da doadora, características de grupo sanguíneo e perfil imunohematologico (ABO/Rh e PAI). Resultados: 342 doadoras em idade fértil já foram notificadas, sendo que 182 possui a presença de anticorpos irregulares, 95 mulheres RHD negativo e 65 doadoras RhD positivas porém que apresentem os antigenos D fracos ou parciais. Essa comunicação está ocorrendo atraves de cartas, contendo os resultados da doadora e a explicação do contexto do exame. Conclusão: As doadoras em idade fertil PAI positivas, RhD negativas ou RHD positivas variantes terão o conhecimento de risco de desenvolvimento da DHFR em sua próxima gravidez e com isso evitar as complicações graves dessa doença, podendo ter o acompanhamento ideal durante o pré-natal e um olhar mais atento a gestação.