Revista Brasileira de Epidemiologia (Sep 2011)

Infecção tuberculosa latente em profissionais contatos e não contatos de detentos de duas penitenciárias do estado de São Paulo, Brasil, 2008 Latent tuberculosis among professionals with and without direct contact with inmates of two penitentiaries in the state of São Paulo, Brazil, 2008

  • Péricles Alves Nogueira,
  • Regina Maura Cabral de Melo Abrahão,
  • Vera Maria Neder Galesi

DOI
https://doi.org/10.1590/S1415-790X2011000300013
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 3
pp. 486 – 494

Abstract

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INTRODUÇÃO: Para grupos de pessoas que permanecem confinadas, principalmente em presídios, a tuberculose sempre foi um grave problema de saúde, devido a sua transmissão respiratória, colocando em risco os profissionais que trabalham no sistema prisional, especialmente os contatos de detentos. OBJETIVO: Conhecer a prevalência de infecção pelo Mycobacterium tuberculosis entre os profissionais contatos e não contatos de detentos de duas penitenciárias do Estado de São Paulo. MÉTODOS: Este estudo consistiu na aplicação de um questionário individual; aplicação e leitura da prova tuberculínica; baciloscopia e cultura dos escarros, com posterior identificação e teste de sensibilidade às drogas antituberculose das cepas isoladas, no período de março a junho de 2008. RESULTADOS: Foram examinados 277 (48,3%) profissionais dos 574 existentes. Foram aplicados e lidos 248 (89,5%) testes tuberculínicos (PPD-RT23 - 2TU/0,1 mL), sendo que 194 foram em profissionais que trabalhavam diretamente com os detentos, ou seja, eram contatos e 54, em não contatos. Entre os contatos, 62,4% apresentaram enduração maior que 10 mm e entre os não contatos, 38,9% foram reatores ao teste tuberculínico. Não houve exame de escarro positivo na baciloscopia e na cultura, ou seja, não foi identificado nenhum caso de tuberculose doença entre os profissionais, no momento da pesquisa. CONCLUSÃO: Este estudo sugere que os profissionais que têm contato direto com os detentos, têm um risco maior de se infectar pelo M. tuberculosis e adoecer por tuberculose.INTRODUCTION: For groups of persons who remain confined, mainly in prisons, tuberculosis has always been a serious health problem, due to its transmission respiratory, putting in risk the professionals that work in a prison, especially the communicants of inmates. OBJECTIVE: To know the infection prevalence for the Mycobacterium tuberculosis among the employees communicating and no communicating of inmates of two prisons of the State of São Paulo. METHODS: This study consisted of the application of an individual questionnaire; application and reading of the tuberculin skin testing (TST); sputum smear examination and culture; identification and drug sensitivity testing; in the period of March the June of 2008. RESULTS: 277 (48.3%) employees of the 574 existent were examined. They were applied and read 248 (89.5%) TST (PPD-RT23 - 2TU/0.1 mL); of them, 194 were in employees that worked directly with the inmates, that is, were communicants and 54 were no communicants. Among the communicants, 62.4% presented induration larger than 10 mm and among the non communicants, 38.9% presented this measure of TST. There was not positive in the sputum smear examination or in the culture, that is, tuberculosis illness case was not identified enters the professionals, at the moment of the research. CONCLUSION: This study suggests that the communicant employees have a larger risk of if they infect for the M. tuberculosis and consequently of being sick of tuberculosis.

Keywords