Ad Limina (Jul 2020)

De Leão a Portugal: A Ordem Militar de Santiago

  • Luís Filipe Oliveira

DOI
https://doi.org/10.61890/adlimina/11.2020/05
Journal volume & issue
Vol. 11
pp. 129 – 152

Abstract

Read online

A confraria de cavaleiros criada em Cáceres sob o patrocínio de Fernando II, em Agosto de 1170, teve uma fortuna diferente doutras agremiações peninsulares do mesmo género. Ao contrário destas, não perdeu importância, nem foi absorvida por instituições mais poderosas. Através da associação ao arcebispo de Santiago a 12 Fevereiro de 1171, num acordo que a colocou sob a protecção deste, transformou-se numa milícia religiosa, cujo modo de vida foi depois consagrado por Roma, que fez dela uma instituição da Igreja Universal. Neste trabalho, retoma-se a análise das circunstâncias da instalação dos freires no reino de Portugal, ocorrida ainda antes do reconhecimento da ordem pela Santa Sé, assim como o papel que eles tiveram na defesa das fronteiras do reino e na luta contra os muçulmanos durante os séculos XII e XIII. A análise não esquece, porém, que a ordem era uma estrutura hierarquizada, que tinha as suas estruturas centrais em Leão, e, depois, em Castela, e que movia homens e recursos entre os diversos reinos. Nem os problemas que essas transferências colocavam à afirmação da autoridade dos monarcas, pelo menos até finais do século XIII, quando os freires se separaram da sede em Castela e criaram um mestrado provincial, sujeito à vontade do rei e circunscrito às fronteiras do reino de Portugal.

Keywords