Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (Jun 1994)

Identification of factors and groups at risk of infection with Schistosoma mansoni: a strategy for the implementation of control measures? Identificação de fatores e grupos de risco de infecção com Schistosoma mansoni: uma estratégia para implementação de medidas de controle?

  • Pedro Coura-Filho,
  • Roberto Sena Rocha,
  • Marcio Willian Farah,
  • Grace Carolina da Silva,
  • Naftale Katz

DOI
https://doi.org/10.1590/S0036-46651994000300009
Journal volume & issue
Vol. 36, no. 3
pp. 245 – 253

Abstract

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A fourteen year schistosomiasis control program in Peri-Peri (Capim Branco, MG) reduced prevalence from 43.5 to 4.4%; incidence from 19.0 to 2.9%, the geometric mean of the number of eggs from 281 to 87 and the level of the hepatoesplenic form cases from 5.9 to 0.0%. In 1991, three years after the interruption of the program, the prevalence had risen to 19.6%. The district consists of Barbosa (a rural area) and Peri-Peri itself (an urban area). In 1991, the prevalence in the two areas was 28.4% and 16.0% respectively. A multivariate analysis of risk factors for schistosomiasis indicated the domestic agricultural activity with population attributive risk (PAR) of 29.82%, the distance (Um programa de controle da esquistossomose mansoni em Peri-Peri, (Capim Branco, MG), durante catorze anos reduziu a prevalência de 43,5 para 4,4%; a incidência de 19,0 para 2,9%: a média geométrica do número de ovos de 281 para 87 e o índice da forma hepatoesplênica de 5,9 para 0,0%. Em 1991, após três anos de interrupção do programa, a prevalência subiu para 19,6%. Neste distrito que é formado pelas localidades de: Barbosa (rural) e Peri-Peri propriamente dita (urbana), em 1991, as prevalências foram respectivamente de 28,4% e 16,0%. A análise multivariada de fatores de risco para a infecção esquistosomótica apontou a atividade agrícola peridomiciliar com risco atribuível populacional (RAP) de 29,93%, a distância (< 10m) da residência à fonte de água natural (RAP = 25,93%) e pescar semanalmente (RAP = 17,21%) como sendo responsáveis por infecções na área rural. As medidas de controle apontadas para esta área foram: irrigação não artesanal e afastamento das valas de irrigação para mais de dez metros das residências. Na urbana, foi observado que nadar semanalmente (RAP = 20,71%), exercer atividade agrícola peridomiciliar diariamente (RAP = 4,07%) e não ter água potável intradomiciliar (RAP = 4,29%) foram responsáveis por infecções. Para a área urbana as medidas apontadas foram criar opções de lazer para a população, substituir a irrigação artesanal por outro tipo que evite o contato com águas e fornecer água potável intradomiciliar. Observa-se que na área rural o RAP dominante foi devido a atividade agrícola peridomiciliar diária e na urbana, nadar por lazer. Os autores chamam a atenção para a necessidade de se avaliar a eficácia da técnica de análise de fatores de risco para esta endemia antes de usá-la em larga escala como indicador de medidas de controle.

Keywords