Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)
A Importância do farmacêutico clínico na atenção básica
Abstract
Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma patologia de caráter autoimune e crônica, caracterizada por processos inflamatórios e danos teciduais que comprometem diversos órgãos. O LES possui etiopatogênese incerta, porém acredita-se que está ligado a fatores genéticos, ambientais e comportamentais. A doença possui sinais e sintomas característicos que afetam a qualidade de vida do portador, dessa maneira, o mesmo necessita de cuidados e atenção especiais. Objetivo: analisar a atuação do farmacêutico no tratamento de pacientes diagnosticados com Lúpus Eritematoso Sistêmico através de uma revisão integrativa. Métodos: Foi desenvolvida uma revisão integrativa da literatura de caráter qualitativo e exploratório na qual se utilizou artigos nos idiomas inglês e português contidos em periódicos presentes nas principais bases de dados como a Scientific Electronic Library Online (SciELO), Pubmed, Science Direct e Medline em um recorte temporal feito entre os anos 2002 e 2019. Resultados:O paciente acometido por LES necessita de orientação e cuidados especiais devido às complicações que abarcam os sinais e sintomas característicos da patologia. Intervenções medicamentosas e não medicamentosas são fundamentais para o tratamento e para o prognóstico positivo da doença, todavia, alguns entraves dificultam a adesão e a continuidade do tratamento pelo enfermo. Essas dificuldades estão entre: a quantidade de medicamentos prescritos devido à pluralidade sintomática, os efeitos colaterais decorrentes do uso dos tais, o custo do tratamento, o medo da dependência medicamentosa, além do esquecimento dos horários e orientação de como proceder à medicação. Além disso, ocorre também que a falta de conhecimento real sobre a doença e sobre a situação de saúde, as renúncias que o paciente precisa fazer para evitar agravos, bem como falta de apoio familiar favorecem o abandono do tratamento. Assim, o farmacêutico, nessa conjuntura pode contribuir inicialmente, para o diagnóstico diferencial da doença, além de participar ativamente no acompanhamento farmacoterapêutico, de modo que o paciente adira ao tratamento de forma efetiva, pode ainda contribuir para diminuir eventuais problemas relacionados aos medicamentos utilizados no tratamento da doença, e ainda, intervir informando ao enfermo a sua situação, permitindo ao mesmo compreender e tornar-se protagonista no sucesso terapêutico e melhora na qualidade de vida. Conclusão: Diante de todos os fatores biopsicossociais envolvidos no tratamento do LES, a presença do farmacêutico como integrante de uma equipe multidisciplinar é de suma importância para que o tratamento venha ser efetivo, devido ao conhecimento e suas atribuições clínicas.