Revista Panamericana de Salud Pública (Oct 2023)

Mortalidade por doenças tropicais negligenciadas no Brasil no século XXI: análise de tendências espaciais e temporais e fatores associados

  • Maria Izabel Félix Rocha,
  • Thatiana Araujo Maranhão,
  • Maria Madalena Cardoso da Frota,
  • Thalis Kennedy Azevedo de Araujo,
  • Wady Wendler Soares Veras e Silva,
  • George Jó Bezerra Sousa,
  • Maria Lúcia Duarte Pereira,
  • Augusto Cezar Antunes de Araujo Filho

DOI
https://doi.org/10.26633/RPSP.2023.146
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 146
pp. 1 – 10

Abstract

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Objetivo. Analisar a distribuição espaço-temporal e os fatores associados à mortalidade por doenças tropicais negligenciadas (DTNs) no Brasil de 2000 a 2019. Método. Estudo ecológico que analisou os óbitos por DTNs registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Para a análise temporal, utilizou-se o método joinpoint. A dependência espacial foi analisada pelos índices de Moran global e local e Getis-Ord Gi*. Quatro modelos de regressão não espacial e espacial foram usados para identificar fatores associados ao óbito. Resultados. A taxa média de mortalidade por DTNs no Brasil foi de 3,32 óbitos/100 000 habitantes no período considerado, com a maior taxa (8,68 óbitos/100 000 habitantes) observada no Centro-Oeste. As causas mais prevalentes de morte foram doença de Chagas (n = 94 781; 74,9%) e esquistossomose (n = 10 271; 8,1%). Houve redução de 1,24% (IC95% = -1,6; - 0,9; P 2 habitantes por dormitório” (β = -0,07; P = 0,00) e “índice de desenvolvimento humano municipal” (β = -3,36; P = 0,08) associaram-se negativamente ao desfecho, enquanto o indicador “índice de vulnerabilidade social” (β = 2,74; P = 0,05) associou-se positivamente ao desfecho. Conclusão. Quanto menor o desenvolvimento humano e maior a vulnerabilidade social, maior é a mortalidade por DTNs, o que deve direcionar as ações de prevenção e controle das DTNs.

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