Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

DOENÇA HEMOLÍTICA DO FETO E RECÉM-NASCIDO: EPIDEMIOLOGIA BRASILEIRA DO PERÍODO 2011–2020

  • AL Schuster,
  • BFB Bassani,
  • JPL Cezar

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S283

Abstract

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Objetivo: A Doença Hemolítica do Feto e Recém-nascido (DHRN) ocorre pela passagem transplacentária de anticorpos maternos que acarretam um processo de hemólise aloimune das hemácias do feto, devido principalmente ao mecanismo de incompatibilidade entre os grupos sanguíneos da mãe e do feto e de uma sensibilização prévia.O presente trabalho busca descrever as características das internações pela Doença Hemolítica do Feto e Recém-nascido no Brasil quanto à distribuição por regiões, óbitos e sexo no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020. Material e métodos: Estudo descritivo transversal da base de dados do DATASUS, utilizando filtro para internações segundo região brasileira, óbitos e sexo do período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020. Resultados: As internações referentes à DHRN, no Brasil, variaram de 2.242 em 2011 a 3.114 internações, em 2020, totalizando 28.204. A região brasileira com o maior número de internações foi a região Sudeste, que totalizou 13.449 (47,7%), seguida da Nordeste, 7.701 (27,3%), Centro-Oeste, 3.618 (12,8%), Norte, com 1.869 (6,6%) e Sul, 1.567 (5,6%). Os óbitos, foram de 10 em 2011 a 14, em 2020, totalizando 113. Em relação às regiões, temos: Sudeste, com 60 (53,1%), Nordeste, 27 (23,9%), Norte, 13 (11,5%),Centro-Oeste, 7 (6,2%) e Sul, 6 (5,3%). Quanto ao sexo dos pacientes, temos que ocorreram mais internações e óbitos por parte do sexo masculino, 14.144 (50,1%) e 67 (59,3%), respectivamente. Discussão: As internações por DHRN aumentaram no período, assim como os óbitos. Foi possível observar também um maior número de internações e óbitos no sexo masculino. Além disso, a região Sudeste, que concentra cerca de 42% da população do país, foi responsável por 47,7% das internações e 53,1% dos óbitos pela DHRN. Conclusão: A DHRN é uma importante intercorrência pediátrica, afetando significativamente a saúde infantil no período neonatal, podendo levar a risco de vida se não forem realizadas intervenções adequadas. Sendo assim, com o devido conhecimento da incidência e distribuição nacional dos casos de DHRN, é possível planejar políticas públicas e realocar recursos para prevenção de novos casos.