Lumina (Dec 2015)

A Imprensa Sindical alternativa dos trabalhadores rurais na Amazônia. Uma contra hegemonia deflagrada com a ditadura militar de 1964

  • Célia Regina Trindade Chagas Amorim,
  • Alda Cristina Silva da Costa,
  • Lanna Paula Ramos da Silva,
  • Milene Costa de Sousa

DOI
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2015.v9.21135
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 2

Abstract

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Neste artigo aborda-se a imprensa sindical alternativa dos trabalhadores rurais na Amazônia que circulou no período de expansão capitalista na região a partir de 1964, ano que se instalou o golpe militar no país. A necessidade de um pedaço de terra impõe a atores sociais do campo uma luta coletiva com a finalidade de resistirem a um modelo concentrador que privilegiava a legalização de latifúndios em detrimento de um real ordenamento da estrutura fundiária na Amazônia. Muitos trabalhadores passaram a se organizar por meio de sindicatos e utilizavam como estratégia de comunicação a imprensa sindical alternativa para divulgar e denunciar os conflitos de terra, a existência de sindicatos controlados por ditadores para servirem a grandes empresários e latifundiários na região; até notícias sobre a luta pela reforma agrária e a valorização da vida dos trabalhadores rurais. Os periódicos alternativos eram, portanto, meios contra hegemônicos pelas quais os trabalhadores rurais denunciaram a nova ordem estabelecida na região. Neste artigo destacam-se dois periódicos criados no período da Ditadura Militar: A Voz do Lavrador, do STR de Oeiras do Pará (1979) e Lamparina (1979) da Corrente de Oposição “Lavradores Unidos” do STR de Santarém-Pará. E três periódicos do pós-ditadura: A Poronga (1986) do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Afuá, cidade localizada na Ilha do Marajó; O Feixe (1987), da Força Sindical dos Lavradores de Marabá, ambos do Pará; e Ferramenta (1987) da Corrente de Oposição Sindical de Rio Branco, no Acre.

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