Diacrítica (Jul 2019)

Efeitos da duração do vozeamento da fricativa [z] na identificação por brasileiros, de pares mínimos produzidos por hispânicos. Insumos para a discussão sobre inteligibilidade de fala estrangeira

  • Ubiratã Kickhöfel Alves,
  • Luciene Bassols Brisolara,
  • Leonardo Cláudio da Rosa,
  • Ana Carolina Signor Buske

Journal volume & issue
Vol. 32, no. 2

Abstract

Read online

Este trabalho propõe verificar os efeitos do grau de vozeamento da fricativa [z] produzida por falantes hispânicos para o estabelecimento da distinção entre as categorias ‘surdo’ e ‘sonoro’ por parte de ouvintes brasileiros. Para a realização do estudo, coletaram-se dados de fala de seis hispânicos que residiam no Brasil há, nomáximo, doze meses. A partir das gravações e das manipulações de diferentes graus de vozeamento (referentes a 0%, 25%, 50% 75% e 100% da duração total da fricativa), foi elaborada uma tarefa de identificação no Software TP (Rauberet al. 2012), que foi aplicada a 35 estudantes universitários brasileiros. Os resultados do experimento indicaram que a atribuição do status sonoro da fricativa prescinde de uma vibração de pregas vocais que se estenda ao longo de toda a consoante. Além disso, foi possível observar que o padrão 25% de porção de vozeamento é mais dificultoso para a identificação dos aprendizes brasileiros. A análise de resultados inferenciais e descritivos individuais permitiu mostrar que não podemos considerar tal padrão como plenamente equivalente a não vozeamento, e que a transição entre as categorias ‘surda’ e ‘sonora’ varia entre os ouvintes, sem haver um ponto “limiar” comum a todos os participantes.

Keywords