Revista de Filosofia (Apr 2014)
Um contraexemplo à originariedade das razões em What we Owe to Each Other
Abstract
No seu livro de 1998 — What we owe to each other — T. M. Scanlon defendeu sistematicamente que a noção de “razão” é primitiva e não definível noutros termos quando se trata de explicar um curso de acção moralmente relevante. Suportando o seu argumento num modelo muito intuitivo para pensar o que são razões em termos de racionalidade prática, Scanlon defende que qualquer explicação conduz sempre à mesma ideia: uma razão é uma consideração que conta em favor de algo. E conta como tal na medida em que fornece uma razão para aquilo que justifica, explica ou legitima. Parece, portanto, que este é o limite da definição. O meu argumento neste trabalho confronta a posição hiper-racionalista de Scanlon com o exemplo da Acrasia ou fraqueza da vontade, por se tratar de um típico curso de acção que não apenas seria erradamente caracterizado com racional, mas onde o próprio agente falharia sistematicamente na provisão de razões para o seu comportamento.