Semina: Ciências Agrárias (Apr 2020)

Detecção de anticorpos para o vírus da língua azul em ovinos do estado do Paraná, Brasil

  • Maria Carolina Ricciardi Sbizera,
  • Luiz Fernando Coelho da Cunha Filho,
  • Michele Lunardi,
  • Simone Fernanda Nedel Pertile,
  • Thais Helena Constantino Patelli,
  • José Victor Pronievicz Barreto,
  • Edviges Maristela Pituco

DOI
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n3p879
Journal volume & issue
Vol. 41, no. 3

Abstract

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A língua azul (LA) é uma enfermidade infecciosa e não contagiosa causada por um vírus (VLA) do gênero Orbivirus, transmitida por vetores hematófagos Culicoides sp., aos ruminantes sobretudo aos ovinos, espécie mais susceptível. Os principais testes sorológicos utilizados são a Imunodifusão em Gél de Ágar (IDGA), preconizada pela OIE, e o teste Imunoensaio Enzimático Competitivo (ELISAc), sendo que este tem como vantagem não ocorrer reação cruzada contra outros orbivírus. O objetivo do trabalho foi detectar a presença de anticorpos contra o VLA em ovinos no estado do Paraná através dos testes diagnósticos IDGA e ELISAc. Durante os meses de março a outubro de 2017, colheu-se sangue de 270 ovinos, em 10 propriedades localizadas em seis mesorregiões paranaenses. As amostras foram submetidas aos testes de IDGA e ELISAc para detecção de anticorpos contra o VLA. Baseado nos resultados classificaram-se os rebanhos como baixa, moderada ou elevada ocorrência. Os resultados demonstraram elevada ocorrência através do teste de ELISAc, que apresentou 64,81% (175/270) de ovinos positivos, e moderada ocorrência através do IDGA, com 41,11% (111/270) de ovinos soropositivos. A concordância obtida entre os testes foi moderada (0,51) através do coeficiente Kappa. O número de ovinos reagentes no exame de ELISAc foi maior que o teste de IDGA em todas as propriedades positivas, demonstrando ser superior. O clima propício foi um dos fatores favoráveis para as ocorrências observadas, pois favorece a presença e multiplicação do vetor Culicoide e a ocorrência da infecção. A baixa ocorrência nas propriedades com clima mais ameno sugere que a presença de anticorpos provavelmente ocorra também pela baixa patogenicidade dos sorotipos circulantes nas diferentes mesorregiões estudadas. Conclui-se que há infecção de VLA no rebanho ovino paranaense, e a detecção de anticorpos para o VLA foi moderada, através do teste de IDGA, e elevada, através do teste ELISAc.

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