Geologia USP. Série Científica (Jun 2014)

Corpos hipabissais correlacionados à Formação Serra Geral na região do Cerro do Coronel, RS: geologia e petrologia

  • Carla Cecília Treib Sarmento,
  • Carlos Augusto Sommer,
  • Evandro Fernandes de Lima,
  • Diego Skieresz de Oliveira

Journal volume & issue
Vol. 14, no. 2

Abstract

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A Formação Serra Geral é caracterizada por um expressivo volume de derrames básicos de composição toleítica e pela presença muito subordinada de vulcanitos ácidos. Inúmeros corpos intrusivos (soleiras e diques) são correlacionados com esta unidade e, juntamente com os depósitos vulcânicos, constituem a Província Magmática do Paraná. Este trabalho trata da investigação geológica e petrológica das intrusões básicas/intermediárias da região do Cerro do Coronel, a sudeste da cidade de Pantano Grande, RS. Esses corpos hipabissais estão estratigraficamente vinculados à Formação Serra Geral e formam um alinhamento com orientação NW-SE. Apresentam contatos concordantes com rochas sedimentares das Formações Rio Bonito e Irati. Disjunções colunares são comuns em todas as ocorrências estudadas e são afetadas por forte fraturamento NE e NW. A pequena variação faciológica é caracterizada por termos equigranulares finos a muito finos e, raramente, porfiríticos. Texturalmente, essas rochas apresentam o predomínio da textura intergranular e localmente subofítica. São constituídos essencialmente por plagioclásio, augita, minerais opacos e, raramente, olivina. Apatita e quartzo ocorrem como minerais acessórios. Mesóstase félsica ocorre como etapa final da cristalização. Os dados geoquímicos de elementos maiores e elementos-traço permitem classificar as rochas desses corpos hipabissais como andesitos basálticos de afinidade toleítica, cuja evolução deu-se por mecanismos de cristalização fracionada, envolvendo principalmente o fracionamento de plagioclásio e augita. As características dos elementos maiores, elementos-traço e elementos terras raras são compatíveis com as apresentadas para magmatismo vinculado a grandes províncias basálticas continentais, como Províncias do Deccan Traps, Paraná-Etendeka, Columbia River, Siberian Traps e Karoo. Estas rochas apresentam concentrações de TiO2 inferiores a 2%, mostrando uma tendência para o magma-tipo Esmeralda da Província Magmática do Paraná.