Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

EPIDEMIOLOGIA E FATORES PREDITIVOS DE INFECÇÕES FÚNGICAS INVASIVAS EM PACIENTES COM LEUCEMIA

  • Yeimer Ortiz-martinez,
  • Javier E. Fajardo-Rivero,
  • Tania Mendoza-Herrera,
  • Carlos Ruiz,
  • Claudia Figueroa-Pineda,
  • Yuderleys Masías,
  • Daniela Moreno-Moreno,
  • Alfonso J. Rodríguez-Morales

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102211

Abstract

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Introdução: A infecção fúngica invasiva (IFI) continua sendo uma causa importante de hospitalização e mortalidade entre pacientes com leucemia. No entanto, há dados limitados de estudos de IFI em pacientes com neoplasias hematológicas na América Latina, portanto, este estudo foi desenhado com o objetivo de investigar a prevalência, epidemiologia, fatores preditivos e desfechos de IFI em pacientes com leucemia hospitalizados em quartos sem Filtro HEPA (configurações com recursos limitados) em um centro de referência na Colômbia. Métodos: Os dados clínicos de pacientes hospitalizados com leucemia foram recuperados retrospectivamente durante um período de 6 anos no centro de referência de hematologia da Colômbia em Bucaramanga, Santander. Prevalência, fatores preditores de IFI e resultados dos pacientes foram avaliados. Resultados: Em 92 pacientes, a prevalência de IFI comprovada/provável foi de 27,17% (25 casos). 10 foram causados por espécies de Candida (40%), seguidos por oito por Aspergillus spp. (32%), dois por Mucor spp. (8%), dois por Penicillium spp. (8%), um por Zygomycetes spp., Fusarium spp. e Trichosporon asahii (4% respectivamente). O pulmão foi o local mais comumente afetado (n = 20; 80%); três pacientes (12%) desenvolveram sinusite fúngica e 2 pacientes (8%) IFI disseminado. Após análise multivariada, o sinal do halo na TC e neutropenia com duração superior a 20 dias foram identificados como fatores associados a maior risco de IFI e a profilaxia com voriconazol ou posaconazol foi associada a uma menor ocorrência de IFI. Foi observada maior taxa de mortalidade hospitalar entre os pacientes que desenvolveram IFI comprovada/provável em comparação com pacientes não IFI (88,0% vs. 56,7%; p = 0,006). Conclusão: os pacientes com leucemia em locais com recursos limitados têm uma alta prevalência de IFI provável/comprovada (27%) com alta mortalidade (88%). O uso de profilaxia antifúngica com voriconazol e posaconazol foi associado a uma prevalência significativamente menor de IFI. Estratégias de diagnóstico e prevenção de infecções devem ser adotadas e implementadas para prevenir IFIs, especialmente em países da América Latina para melhorar os resultados clínicos de pacientes com leucemia.