Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS TRANSPLANTES PEDIÁTRICOS DE MEDULA ÓSSEA NO BRASIL ENTRE 2021‒2023

  • TB Santos,
  • MA Hyun,
  • MA Silva,
  • GH Dumani,
  • BGDN Fazoli

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1001

Abstract

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Objetivos: Análise e discussão dos registros epidemiológicos de Transplantes de Medula Óssea (TMO) pediátricos de todo o território brasileiro, identificando principais achados. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e quantitativo, realizado a partir dos dados coletados no Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) e no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Foram analisados os registros de TMO de 2021 a 2023, abrangendo a distribuição geográfica brasileira, os transplantes pediátricos e os tipos de TMO. Resultados: Foram registrados 42.641 transplantes de órgãos no Brasil, incluindo 12.079 TMO, representando 28,3% do total. O ano de 2023 obteve o maior registro, com 35,2% do total de procedimentos efetivados. A região Sudeste realizou 61,7% dos TMO, seguido por Sul (19,7%), Nordeste (13,9%), Centro-Oeste (4,5%) e Norte (0,2%). Analisando a distribuição por estados, São Paulo representou 41,1% do total, seguido por Paraná (9,9%), Minas Gerais (9,1%) e Rio Grande do Sul (7,3%). Em relação aos tipos de transplante de medula óssea, foram executados 4.703 TMO alogênicos e 7.376 TMO autólogos, indicando que o número de transplantes autólogos é aproximadamente 56,8% maior. Considerando-se os transplantes pediátricos, foram realizados 1.791 TMO, aproximadamente 50,7% do total de transplantes de órgãos nessa categoria. No período analisado, foram feitos 1.263 TMO alogênicos e 528 autólogos em crianças, revelando que o número de transplantes autólogos representa aproximadamente 29,48% dos casos, frente a 60,52% alógenos. Discussão: No período analisado, ocorreram 12.079 transplantes de medula óssea, com destaque para o ano de 2023. Quanto à distribuição espacial, a região predominante foi a Sudeste, que apresentou 61,7% do total dos TMO, seguida da Sul, com 19,7% e da Nordeste, com 13,9%. Ao analisar aprofundadamente os estados, ressaltou-se o estado de São Paulo, responsável por 41,1% dos casos. No tangente ao tipo de transplante, predominou os TMO autólogos em detrimento dos alógenos, apresentando 56,8% e 43,2%, respectivamente. Ocorreram 1.791 TMO em pacientes pediátricos no intervalo analisado, representando 50,7% do total de transplantes na pediatria. Dentre eles, se destacam os alógenos em detrimento dos autólogos, com 60,52% dos TMO. No presente estudo observou-se que as crianças têm um número significativamente maior de transplantes alogênicos em comparação com os adultos. Conclusão: A análise dos registros epidemiológicos de transplantes de medula óssea pediátricos no Brasil revela uma distribuição geográfica desigual, com predominância na região Sudeste e uma maior prevalência de transplantes alogênicos. Esses resultados destacam a necessidade de políticas de saúde pública que visem à equidade no acesso a esses procedimentos em todas as regiões do país, especialmente para crianças, com o objetivo de melhorar os resultados clínicos e proporcionar tratamentos mais eficazes para doenças hematológicas graves.