Revista Brasileira de Zootecnia (Sep 2009)

Relações planta-animal em ambiente pastoril heterogêneo: processo de ingestão de forragem Plant-animal relationships in pastoral heterogeneous environment: process of herbage intake

  • Edna Nunes Gonçalves,
  • Paulo César de Faccio Carvalho,
  • Taise Robinson Kunrath,
  • Igor Justin Carassai,
  • Carolina Bremm,
  • Vivian Fischer

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-35982009000900003
Journal volume & issue
Vol. 38, no. 9
pp. 1655 – 1662

Abstract

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Com o objetivo de avaliar o efeito da estrutura de uma pastagem nativa nos parâmetros que compõem o processo de ingestão de forragem de ovelhas e bezerras em pastejo, foram estabelecidas quatro alturas de pasto (4, 8, 12 e 16 cm), em delineamento estatístico inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e duas repetições no tempo e no espaço. A massa do bocado e a taxa de ingestão foram estimados por diferença de peso vivo corrigido para a perda de peso metabólico, durante 45 minutos. Os movimentos mandibulares de apreensão e mastigação foram registrados pelo aparelho IGER Behaviour Recorder. A profundidade do bocado foi obtida em 40 perfilhos marcados por unidade experimental, em medições realizadas antes e após o pastejo. Observou-se correlação positiva entre a altura do pasto e a massa de forragem, e negativa com a densidade de forragem. A profundidade de bocados apresentou relação linear e positiva com o aumento da altura do pasto e não diferiu entre espécies animais. Acima de 9,5 cm de altura do pasto, a profundidade do bocado das ovelhas não compensou a pouca densidade de forragem nos estratos mais superiores, o que reduziu a massa do bocado. A mesma resposta foi observada a partir da altura do pasto de 11,4 cm para as bezerras. Com o aumento da massa do bocado, houve diminuição na taxa de bocados e aumento na taxa de mastigação. A taxa de ingestão foi maior nas alturas em que a massa de bocados foi também superior, o que evidencia a correlação positiva entre as duas variáveis. Nessas condições, para aumentar o consumo de ovelhas e bezerras em campo nativo, a estrutura ideal de manejo requer manutenção de altura do pasto entre 9,5 e 11,4 cm, respectivamente.Aiming to evaluate the influence of native pasture structure in the intake process of grazing ewes and calves, four sward heights (4, 8, 12 and 16 cm) were established. A completely randomized design with four treatments and two replicates in time and space was used. Bite mass and forage intake were estimated by the short-term weight changes technique, corrected for the rate of insensible weight loss, during a 45 minutes test. The grazing and mastication jaw movements were registered by the IGER Behaviour Recorder device. Bite depth was obtained through 40 tillers marked in each experimental unit, by measurements carried before and after grazing. A positive correlation was observed between sward height and herbage mass, and negative between sward height and herbage bulk density. Bite depth fitted positively and linearly with increasing sward height, being not different between animal species. Ewe bite mass increased with increasing sward height up to 9.5 cm, then decreasing due to the low bulk density in the superior stratum. The same response was observed with calves, but bite mass reached a plateau only at 11.4 cm sward height. Bite rate decreased and mastication rate increased with increasing bite mass. Intake rate was greater at the sward height in which bite mass was also superior, indicating the positive correlation between these two variables. Under those conditions, to optimize the intake of sheep and calves, in native pasture, the ideal structure for management requires the maintenance of sward heights between 9.5 and 11.4 cm.

Keywords