HU Revista (Jun 2021)
Tendência temporal e o perfil epidemiológico da sífilis congênita no Ceará (2009-2018)
Abstract
Introdução: Na última década, houve aumento na prevalência de sífilis congênita (SC) em algumas regiões, e o Brasil liderou o número de casos na América Latina. Objetivo: Analisar a tendência temporal e o perfil clínico-epidemiológico da sífilis congênita no Ceará entre 2009 e 2018. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico com abordagem de séries temporais, tendo como cenário o estado do Ceará. Os dados foram provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. A análise dos dados foi realizada no pacote estatístico Statistical Program For Social Sciences (SPSS) 20.0 e no Microsoft Excel 2013®, procedendo-se análise descritiva e inferencial dos dados, por meio de regressão linear simples, a qual foi classificada como crescente, estacionária e decrescente, de acordo com o coeficiente angular. Para verificar a normalidade foi realizado o teste de Shapiro-Wilk. Resultados: Na série temporal analisada contabilizou-se 10.392 casos de SC, havendo um aumento de 91,63% na comparação entre os anos de 2009 e 2018, assim como aumento da taxa de incidência, passando de 5 para 9,57 casos/1.000 nascidos no mesmo período. O número de parceiros tratados (15,25%) e de mães que realizaram o tratamento de forma adequada (4,72%) permaneceram baixos. Mães que tinham ensino superior corresponderam apenas a 0,55% do total das notificações; enquanto que quase 90% das mães notificadas eram pardas. Conclusão: Os resultados demonstram um aumento da incidência de sífilis congênita acompanhado de terapêutica inadequada, destacando a necessidade de melhorar a qualidade da assistência pré-natal e demais cenários da atenção integral à saúde sexual e reprodutiva.
Keywords