Revista Brasileira de História da Ciência (Jul 2024)

Grande empreendimento de salvação do Nordeste

  • Laila Pedrosa Silva

DOI
https://doi.org/10.53727/rbhc.v17i1.997
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 1

Abstract

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Este artigo analisa as políticas públicas de combate à seca desenvolvidas nas décadas de 1930 e 1940, particularmente, durante as secas de 1932 e 1942. Nesse período, a Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (Ifocs), órgão responsável pela execução de obras referentes ao beneficiamento de áreas e populações acometidas pela calamidade das estiagens, recebeu grande impulso ocasionado pela adoção de recursos adicionais, após um longo período de interrupção dos serviços. Em 20 de fevereiro de 1931 Getúlio Vargas aprovou novo regulamento para a inspetoria, onde foram fixadas as diretrizes para a execução do “grande empreendimento de salvação do Nordeste”. Como prioridade estava a construção de uma infraestrutura hídrica, viária e agrícola, formada por açudes, canais de irrigação, rodovias e colônias agrícolas, que deveriam funcionar de forma integrada, fornecendo às populações sertanejas não apenas o acesso à água, mas, sobretudo, sua fixação e o desenvolvimento agrícola do sertão por meio de uma cultura irrigada nas bordas dos açudes. A implantação dos canais de irrigação foi uma das principais pautas da inspetoria, ocasionando grandes embates entre engenheiros e agrônomos, possibilitando assim uma percepção da seca para além de um problema climático, que poderia ser solucionado apenas com o armazenamento de água. Entre as fontes utilizadas, destacam-se os relatórios de presidentes e as publicações técnicas da Ifocs, como os relatórios dos trabalhos executados e os boletins informativos.

Keywords