Cadernos de Saúde Pública (Jul 2015)

A funcionalidade e incapacidade na velhice: ficar ou não ficar quieto

  • Josianne Katherine Pereira,
  • Karla Cristina Giacomin,
  • Josélia Oliveira Araújo Firmo

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311X00046014
Journal volume & issue
Vol. 31, no. 7
pp. 1451 – 1459

Abstract

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O objetivo deste trabalho é investigar como idosos residentes na comunidade de Bambuí, Minas Gerais, Brasil, lidam com a perspectiva da incapacidade/funcionalidade na velhice, bem como compreender de que forma o contexto sociocultural modula esse processo. Trata-se de abordagem qualitativa, na qual o modelo de signos, significados e ações foi utilizado na coleta e análise dos dados. Foram entrevistados 57 idosos com idades entre 61 e 96 anos, cadastrados nas seis unidades básicas de saúde de Bambuí. “Ficar ou não ficar quieto” é a dúvida que subjaz ao processo de funcionalidade e incapacidade na velhice; todavia, não se trata de uma questão de escolha individual, pois a resposta depende dos recursos financeiros, intelectuais, subjetivos e de apoio social disponível. Além disso, ficar quieto reflete uma concepção de velhice inexoravelmente associada à incapacidade, deixando os idosos conformados com sua condição, de modo que, quando as dificuldades aumentam, resta-lhes somente “esperar a morte chegar”. As equipes de saúde precisam interferir nessa concepção, oferecendo cuidado aos idosos na sua recuperação até o fim da vida.

Keywords