Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

COVID-19 ASSOCIADO COM COAGULOPATIA : UMA REVISÃO DE LITERATURA

  • AG Esmeraldo,
  • RGM Araújo,
  • LA Moraes,
  • IS Sousa,
  • RFP Filho,
  • TT Monteiro,
  • EG Martins,
  • LC Tavares,
  • AFB Macedo,
  • MF Azevedo

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1098

Abstract

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Esse estudo objetiva reunir informações do COVID-19 e coagulopatia, afim de que ocorra uma maior compreensão sobre como esse vírus pode causar possíveis consequências para coagulação do paciente, haja vista que será estudado a associação entre esses fatores. Essa é uma revisão literária realizada por meio da análise de artigos publicados entre os anos de 2020 e 2023, obtidos na base de dados Pubmed. Para isto, utilizou-se as palavras-chave: “Coagulopathy”e “COVID-19”. Nota-se que o COVID-19 está associado à coagulopatia, levando a resultados adversos como maior mortalidade, internações mais longas e custos de saúde elevados. Os parâmetros de coagulação, como os níveis de dímero D e fibrinogênio, apresentam níveis alterados em pacientes com COVID-19 com resultados adversos, indicando uma potencial ligação entre coagulopatia e gravidade da doença. Fatores de risco incluem não receber heparina de baixo peso molecular e níveis elevados de dímero D, LDH e ferritina, destacando a importância de identificar e gerenciar distúrbios de coagulação em pacientes com COVID-19 para melhorar os resultados. As coagulopatias associadas ao COVID-19 são um fator preocupante, em relação à mortalidade. Em pacientes infectados graves, o desenvolvimento de disfunções de coagulação é frequente. As pessoas afetadas têm exames laboratoriais de D-dímero e tempo de protrombina com valores elevados de fibrinogênio e plaquetas com valores reduzidos, favorecendo, assim, um estado protrombótico. Predispondo, assim, ao maior risco de eventos trombóticos. Pacientes hospitalizados pelo vírus Sars-CoV 2 têm esses parâmetros alterados de 4 a 11 dias após o primeiro dia de internação ou após 7 a 11 dias depois do início dos sintomas. O mecanismo detalhado das duas condições ainda não é claro, no entanto, sabe-se que o estado pró-inflamatório, induzido pelo vírus, gera aumento das moléculas de citocinas inflamatórias, como interleucinas e fator de necrose tumoral. O processo causa danos endoteliais e estimula a ativação plaquetária, levando ao processo de coagulação desordenada. Além disso, outro aspecto contribuinte para o crescimento do dano endotelial durante a infecção é o aumento dos níveis de fator de Von Willebrand, P-selectina solúvel e atividade do fator VIII. Atualmente, as indicações para anticoagulação é destinada aos pacientes com COVID-19 apresentando sangramento ativo ou plaquetas com valor inferior a 25 x 10/L ou níveis de fibrinogênio abaixo de 0,5g/L. Em geral, é recomendado heparina de baixo peso molecular, por, além de ser anticoagulante, também possuir propriedades anti-inflamatórias. No entanto, ainda é necessário estudos aprofundados e ensaios clínicos randomizados para avaliar, de forma segura, a anticoagulação profilática. Sendo assim, cabe à equipe médica responsável modificações do tratamento, se necessário, de acordo com a individualidade de cada paciente. Em conclusão, a infecção por coronavírus provoca alterações nos parâmetros laboratoriais de tempo de protrombina, fibrinogênio, plaquetas e d-dímero. Os pacientes graves, desenvolvem simultaneamente coagulopatias, através de um mecanismo complexo de diversas vias, gerando um estado pró-inflamatório e pró-trombótico. O protocolo de tratamento sugerido é recomendado para pacientes graves, com heparina de baixo peso molecular. Tal conduta terapêutica ainda está em discussão, requerendo mais ensaios clínicos e estudos mais abrangentes. Sendo assim, cabe uma avaliação individual de cada paciente.