Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
LINFOMA NÃO-HODGKIN: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
Abstract
Objetivos: Os linfomas não-Hodgkin formam um grupo heterogêneo de doenças malignas originadas nos linfonodos e região extranodal. Os dois subtipos mais frequentes são o difuso de grandes células B e o folicular. Apresentam inúmeros fatores de risco, destacando-se infecções por vírus como o Epstein-Barr (EBV) e Linfotrópico da Célula Humana (HTLV-1), alterações genéticas e fatores ambientais como exposição à radio/quimioterapia e pesticidas, além de inflamações crônicas como gastrite, cistite e síndrome de Sjogren, e doenças autoimunes. Os indivíduos do sexo masculino tendem a ser mais acometidos. Podem ser classificados em indolentes, agressivos e muito agressivos. O objetivo do presente estudo é realizar uma análise epidemiológica acerca da incidência do Linfoma não-Hodgkin no Brasil, no ano de 2023. Metodologia: Estudo ecológico, retrospectivo, quantitativo e descritivo, cujos dados foram obtidos a partir de consultas na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: Em 2023, foram registradas 18300 internações por linfoma não-Hodgkin no país. Dessas, 11726 foram realizadas em caráter de urgência. O sexo mais acometido foi o masculino, com 10790 casos. A incidência aumenta progressivamente com a idade, totalizando 39 casos em menores de um ano, 367 de 1 a 4 anos, 646 de 5 a 9 anos, 879 de 10 a 14 anos, 770 de 15 a 19 anos, 1463 de 20 a 29 anos, 2089 de 30 a 39 anos, 2335 de 40 a 49 anos, 3210 de 50 a 59 anos, 3646 de 60 a 69, e com uma queda de 70 a 79 anos, registrando 2139 casos, e 717 com mais 80 anos. A raça mais acometida foi a branca, com 8846 casos, seguida da parda, com 7990. A principal região acometida foi a sudeste, com 8440, seguida da sul, com 8034, e nordeste, com 3874. Foram totalizados 1440 óbitos, 672 no sudeste, 309 no sul, e 305 no nordeste. Discussão: A taxa de mortalidade do linfoma não-Hodgkin no Brasil é de 7,89%. Os idosos, faixa etária mais acometida, tendem a ser afetados pelos linfomas indolentes, cuja sobrevida é alta: a progressão é lenta e insidiosa, porém apresentam escassa resposta ao tratamento, com inexorável êxito letal. Os agressivos, por sua vez, acometem mais os adultos, e os muito agressivos, a faixa pediátrica. Estes, se não tratados, podem levar a óbito em semanas. Conclusão: Apesar de os linfomas não-Hodgkin, em geral, possuírem uma boa taxa de sobrevida, podem apresentar rápida evolução e um curso agressivo, sendo essencial o diagnóstico precoce e o tratamento assertivo.