Zero-a-seis (Jul 2009)
Educação Infantil: das Políticas Públicas às lógicas e culturas dos contextos familiares
Abstract
O presente artigo apresenta a discussão sobre o paradoxo que encontra-se as políticas públicas educativas para as crianças pequenas no que se refere ao discurso do ordenamento legal, a realidade do atendimento a partir de dados de pesquisas realizadas, e principalmente através de estudo que buscou compreender como alguns grupos de famílias dos meios populares de um bairro da periferia urbana do Município de Rio Grande estruturam suas práticas e lógicas de cuidado/educação das crianças pequenas. Neste sentido, o estudo apresenta a importância de reconhecimento da análise da prática efetiva dos relacionamentos e interações sociais entre famílias e crianças como possibilidade de reconhecimento de outras lógicas, da criação de novas alternativas, em detrimento da fixação em um “ideal” ou modelo “hegemônico”, que é o que tem caracterizado o campo científico na área da Educação Infantil. Portanto, a lógica cultural familiar está associada a uma “obrigação moral” em que a família não deseja delegar, mas sim compartilhar, criar laços, socializar-se, junto com as crianças, apresenta-se a possibilidade de pensar para além dos modelos existentes de creches e pré-escolas, oportunizando à educação infantil tornar-se efetivamente uma tarefa pública socialmente compartilhada.