Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Dec 2009)

Neoplasia intraepitelial cervical de alto grau durante a gestação: experiência de um serviço do Sul do Brasil High-grade cervical intraepithelial neoplasia during pregnancy: experience in a service in southern Brazil

  • Vinícius Basso Preti,
  • Sérgio Bruno Bonatto Hatschbach,
  • José Clemente Linhares,
  • João Antônio Guerreiro,
  • Claudiane Lígia Minari,
  • Carlos Afonso Maestri,
  • Fernanda Villar Fonseca

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032009001200005
Journal volume & issue
Vol. 31, no. 12
pp. 604 – 608

Abstract

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OBJETIVO: avaliar o tratamento instituído a portadoras de neoplasia intraepitelial cervical de alto grau e o seguimento destas pacientes durante a gestação. MÉTODOS: estudo retrospectivo baseado na revisão dos prontuários de 30 pacientes atendidas no período de 1990 a 2002 no Hospital Erasto Gaertner, com diagnóstico de neoplasia intraepitelial cervical de alto grau durante a gestação. O diagnóstico foi realizado por colposcopia e biópsia, e a colposcopia foi realizada novamente durante o período gestacional e após o parto. Foram avaliados os diagnósticos de regressão e progressão das lesões. RESULTADOS: das 30 pacientes, 3 foram excluídas por não-confirmação do diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (LEAG) pela colposcopia com biópsia. Quatro pacientes foram submetidas ao tratamento durante a gestação, e uma delas apresentou parto pré-termo na 32ª semana de gestação. Vinte e três pacientes foram submetidas a tratamento expectante, realizando-se nova colposcopia e biópsia, sendo então submetidas à conização ou cirurgia de alta frequência em média na 11ª semana de gestação. Em 7,4% dos casos houve regressão da lesão na peça cirúrgica, embora a biópsia evidenciasse lesão de alto grau após o término da gestação. CONCLUSÕES: toda paciente com diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (LEAG) deve ser submetida à colposcopia e biópsia para excluir lesão invasiva. A conduta expectante para as lesões intraepiteliais é o tratamento de escolha e mais seguro pela possibilidade de regressão destas lesões no período pós-parto.PURPOSE: to evaluate the results of treatment to which patients with high grade intraepithelial cervical neoplasia (HSIL) are submitted, as well as their follow-up during pregnancy. METHODS: retrospective study based on the review of the medical report of 30 patients with diagnosis of high-grade squamous intraepithelial lesions (HSIL) during pregnancy and attended to at a tertiary hospital in southern Brazil from 1990 to 2002. Diagnosis was performed by colposcopy and biopsy, with repetition of the colposcopy during the pregnancy and after delivery. The diagnoses of regression and progression of lesions were evaluated. RESULTS: from 30 patients, 3 were excluded of the sample because the diagnosis of high-grade squamous intraepithelial lesions (HSIL) was not confirmed by the colposcopy with biopsia. Four patients were submitted to treatment during pregnancy, and one of them presented preterm delivery at the 32nd week. Twenty-three patients were submitted to expectant treatment, underwent a new colposcopy and biopsy, and then were submitted to conisation surgery at about the 11th week after the end of pregnancy. In 7.4% of the cases, there was lesion regression in the surgical specimen. CONCLUSIONS: all patients with diagnosis should be submitted to colposcopy and biopsy to exclude the possibility of invasive lesion. The expectant procedure for intraepithelial lesions is the most widely chosen and safe due to the possibility of regression in the postpartum period.

Keywords