Horizontes Antropológicos (Dec 2009)

A entrevista, a pesquisa e o íntimo, ou por que censurar seu diário de campo?

  • Florence Weber

DOI
https://doi.org/10.1590/S0104-71832009000200007
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 32
pp. 157 – 170

Abstract

Read online

O diário é constitutivo do ofício do etnógrafo, mas não é nada mais do que um conjunto disseminado de notas heterogêneas. Sua publicação, respeitando uma classificação cronológica, cria a ficção romanesca de um narrador-etnógrafo. Censurar a publicação permite não censurar a escrita. Os materiais censurados não são da ordem do íntimo, mas da ordem do não (ainda) inteligível.The field diary is part of the ethnographer's job. It is merely a set of sparse heterogeneous notes. Its publication, respecting a chronological classification, creates the Romanesque fiction of an ethnographer-narrator. Censuring the publication of the diary implies that the original writing will not be censured. The censured materials do not relate to issues of privacy, but to the not (yet) intelligible.

Keywords