Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia ()

Revisão dos principais genes e proteínas associadas à demência frontotemporal tau-positiva

  • Nalini Drieli Josviak,
  • Meire Silva Batistela,
  • Daiane Priscila Simão-Silva,
  • Gleyse Freire Bono,
  • Lupe Furtado-Alle,
  • Ricardo Lehtonen Rodrigues de Souza

DOI
https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.13113
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 1
pp. 201 – 211

Abstract

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O objetivo desta revisão foi apresentar os genes APOE e MAPT e as proteínas ApoE e tau como marcadores genéticos que vêm sendo estudados na demência frontotemporal com inclusões tau-positivas, os quais poderão, futuramente, auxiliar no diagnóstico diferencial. A demência frontotemporal é um transtorno neurocognitivo marcado por disfunção dos lobos frontais e temporais, geralmente associada à atrofia dessas estruturas e relativa preservação das regiões cerebrais posteriores. Clinicamente, manifesta-se por volta dos 57 anos de idade, com igual incidência entre homens e mulheres. A demência frontotemporal tem início insidioso e caráter progressivo, com discreto comprometimento da memória episódica, mas com importantes alterações comportamentais, de personalidade e na linguagem. Devido às semelhanças possíveis entre as manifestações clínicas das demências inclusive a doença de Alzheimer, há grande dificuldade no diagnóstico diferencial, sendo necessário um exame clínico e neuropsicológico detalhado do indivíduo acometido, além de exames bioquímicos e de neuroimagem. O gene MAPT codifica a proteína tau e sua função principal é estabilizar os microtúbulos. Em células nervosas sadias, a proteína tau é normalmente encontrada nos axônios, ao contrário dos achados descritos nos transtornos neurocognitivos, em que a proteína se encontra distribuída no corpo celular e nos dendritos. A apolipoproteína E ApoE é uma glicoproteína polimórfica, codificada pelo gene APOE, que tem importante papel na absorção, transporte e redistribuição de colesterol, necessário ao reparo e manutenção do tecido nervoso. Com o aumento da expectativa de vida e controle da natalidade, o envelhecimento populacional tornou-se fato, trazendo consigo maior prevalência de doenças crônico-degenerativas, de modo que é de extrema importância conhecer melhor essas doenças, no sentido de buscar novas formas de tratamento, visto que as demências não dispõem ainda de cura. Sabe-se que o diagnóstico definitivo da maioria das síndromes demenciais depende do exame neuropatológico, mas conclui-se que, com o avanço tecnológico, bem como técnicas de biologia e genética molecular, novas perspectivas têm surgido para o diagnóstico diferencial e precoce das demências.

Keywords