Revista Portuguesa de Farmacoterapia (Oct 2019)

Análise de Custo-Utilidade de Denosumab Versus Ácido Zoledrónico no Tratamento da Osteoporose Pós-menopáusica em Portugal

  • Fátima Carvalho Bragança,
  • Margarida Augusto,
  • Gonçalo Jesus,
  • Ana Teresa Martins Paquete,
  • Joaquim Cristino,
  • João Pereira

DOI
https://doi.org/10.25756/rpf.v11i2-3.216
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 2-3

Abstract

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Introdução: Denosumab reduz o risco de fraturas osteoporóticas em mulheres pós-menopáusicas. O custo adicional desta terapêutica e o seu valor terapêutico acrescentado quando comparados com ácido zoledrónico justificam uma avaliação económica no contexto português. Foi estudada uma subpopulação de mulheres com osteoporose pós-menopáusica, com 75 anos ou mais e risco aumentado de fraturas. Adotou-se a perspetiva da sociedade. Métodos: Um modelo de Markov simulou o risco de fraturas osteoporóticas (anca, vértebras, punho e outras) ao longo da vida das doentes, tendo em conta as suas características clínicas. O modelo estimou o número de fraturas e os anos de vida ajustados pela qualidade (QALY) em cada alternativa terapêutica. Os dados clínicos e as utilidades basearam-se na literatura nacional e internacional, incluindo os principais ensaios clínicos. O consumo de recursos baseou-se num painel de peritos nacionais e os custos unitários em fontes oficiais. O indicador principal de resultados foi o rácio de custo incremental por QALY, com custos e consequências atualizados à taxa anual de 5%. A incerteza dos resultados foi avaliada através de análises de sensibilidade univariada e probabilística. Resultados: A utilização de denosumab evitaria 33 fraturas da anca e oito fraturas vertebrais em cada 1000 doentes tratadas ao longo de 10 anos. Por doente média e ao longo do ciclo de vida, estimaram-se ganhos de 0,022 QALY com custos adicionais de 108€ em comparação com ácido zoledrónico, resultando num custo de 4948€ por QALY adicional. As análises de sensibilidade demonstraram a robustez dos resultados, sendo a maior fonte de incerteza o grau de persistência nos tratamentos. Conclusão: A estimativa do custo incremental de denosumab em comparação com ácido zoledrónico é inferior a 5 mil euros por QALY adicional, pelo que se considera ser uma opção custo-efetiva no tratamento da osteoporose pós-menopáusica, em doentes com 75 anos ou mais em Portugal.

Keywords