Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção (Jun 2024)
Parasitoses intestinais em pacientes com AIDS e/ou HTLV: resultados de um hospital de referência em doenças infecciosas
Abstract
Justificativa e Objetivos: as infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e pelo Vírus Linfotrópico T Humano (HTLV) desencadeiam deficiências imunológicas, predispondo os indivíduos afetados a doenças oportunistas e exacerbando sintomas clínicos. Uma preocupação de saúde prevalente entre esses pacientes é a enteroparasitose. Esta pesquisa delineia o perfil de parasitose intestinal em pacientes diagnosticados com AIDS e/ou HTLV em um hospital especializado em doenças infecciosas em Alagoas. Métodos: esta análise quantitativa e transversal foi realizada de agosto de 2021 a maio de 2022, abrangendo pacientes diagnosticados com AIDS e/ou HTLV. O estudo empregou diversas avaliações coproparasitológicas, incluindo as técnicas de Hoffman, Pons e Janer, Baermann-Moraes e azul de metileno safranina, complementadas por exame macroscópico da consistência fecal. Essas avaliações foram executadas no Laboratório de Doenças Infecto-Parasitárias da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. O processamento dos dados foi realizado utilizando o Pacote Estatístico para as Ciências Sociais®. A aprovação ética foi obtida do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. Resultados: dos 77 participantes recrutados, 44 forneceram amostras fecais. Todos os participantes eram HIV-positivos, com predominância masculina. Enteroparasitas foram detectados em 27,27% das amostras. Notavelmente, Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar e Strongyloides stercoralis emergiram como o protozoário e helminto mais prevalentes, respectivamente. A técnica de Hoffman, Pons e Janer identificou com sucesso parasitas em todas as amostras positivas. Tratamento foi administrado a todos os pacientes com achados positivos. Conclusão: a significativa prevalência de parasitas oportunistas observada sublinha a criticidade da realização rotineira de exames coproparasitológicos em pacientes imunocomprometidos. Tais medidas proativas são essenciais para mitigar o risco de aumento da morbidade e mortalidade nessa população vulnerável.
Keywords