Arquivos de Gastroenterologia (Jun 2005)

Qualidade de vida do doador após transplante hepático intervivos Donor quality of life after living donor liver transplantation

  • Júlio Cezar Uili Coelho,
  • Mônica Beatriz Parolin,
  • Giorgio Alfredo Pedroso Baretta,
  • Silvania Klug Pimentel,
  • Alexandre Coutinho Teixeira de Freitas,
  • Daniel Colman

DOI
https://doi.org/10.1590/S0004-28032005000200004
Journal volume & issue
Vol. 42, no. 2
pp. 83 – 88

Abstract

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RACIONAL: A qualidade de vida do doador após transplante hepático intervivos ainda não foi avaliada em nosso meio. OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida do doador após transplante hepático intervivos. MÉTODOS: De um total de 300 transplantes hepáticos, 51 foram de doadores vivos. Doadores com seguimento menor do que 6 meses e os que não quiseram participar do estudo foram excluídos. Os doadores responderam a um questionário de 28 perguntas abordando os vários aspectos da doação, sendo também avaliados dados demográficos e clínicos dos mesmos. RESULTADOS: Trinta e sete doadores aceitaram participar do estudo. Destes, 32 eram parentes de primeiro ou de segundo grau do receptor. O esclarecimento sobre o caráter voluntário da doação foi adequado para todos pacientes. Apenas um (2%) não doaria novamente. A dor pós-operatória foi pior do que o esperado para 22 doadores (59%). O retorno às atividades normais ocorreu em menos de 3 meses para 21 doadores (57%). Vinte e um doadores (57%) tiveram perda financeira com a doação devido a gastos com medicamentos, exames, transporte ou perda de rendimentos. Trinta e três (89%) não tiveram modificação ou limitação na sua vida após a doação. Os aspectos mais negativos da doação foram a dor pós-operatória e a presença de cicatriz cirúrgica. A maioria das complicações pós-operatória foi resolvida com o tratamento clínico, mas complicações graves ou potencialmente fatais ocorreram em dois pacientes. CONCLUSÕES: A maioria dos doadores apresentou boa recuperação e retornou completamente as suas atividades normais poucos meses após a doação. O aspecto mais negativo da doação foi a dor pós-operatória.BACKGROUND: Quality of life of the donor after living donor liver transplantation has not been evaluated in Brazil yet. AIM: To evaluate the quality of live of the donor after living donor liver transplantation. METHODS: Of a total of 300 liver transplantations, 51 were of living donors. All donors with less than 6 months of follow-up and those who did not want to participate were excluded from the study. The donors answered a questionnaire contained 28 questions about several aspects of donation. Demographic and clinical data from the donors were also evaluated. RESULTS: Thirty-seven donors were included in the study. Thirty-two were first or second degree relatives of the receptor. Only one donor would not donate again. Twenty-two donors (59%) experienced more postoperative pain than they had previously anticipated. Return to regular activities occurred in less than 3 months for 21 donors (57%). Twenty-one donors (57%) referred financial loss with the donation due to expenses with medications, exams, transportation or lost wages. Thirty-three (89%) had no modification or limitation in their lives after donation. The most negative aspects of donation were postoperative pain and the presence of a surgical scar. Most postoperative complications resolved with clinical treatment, but severe or potentially fatal complications occurred in two patients. CONCLUSIONS: Most donors had good recovery and returned to regular activities few months after donation. The most negative aspect of donation was postoperative pain.

Keywords