Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Jul 2020)

Diretrizes para o tratamento farmacológico da COVID-19. Consenso da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

  • Maicon Falavigna,
  • Verônica Colpani,
  • Cinara Stein,
  • Luciano Cesar Pontes Azevedo,
  • Angela Maria Bagattini,
  • Gabriela Vilela de Brito,
  • José Miguel Chatkin,
  • Sergio Cimerman,
  • Mirian de Freitas Dal Ben Corradi,
  • Clovis Arns da Cunha,
  • Flávia Cordeiro de Medeiros,
  • Haliton Alves de Oliveira Junior,
  • Leandro Genehr Fritscher,
  • Marcelo Basso Gazzana,
  • Débora Dalmas Gräf,
  • Lays Pires Marra,
  • Jessica Yumi Matuoka,
  • Michelle Silva Nunes,
  • Daniela Vianna Pachito,
  • Cássia Garcia Moraes Pagano,
  • Patrícia do Carmo Silva Parreira,
  • Rachel Riera,
  • Amilton Silva Júnior,
  • Bruno de Melo Tavares,
  • Alexandre Prehn Zavascki,
  • Regis Goulart Rosa,
  • Felipe Dal-Pizzol

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-507x.20200039
Journal volume & issue
Vol. 32, no. 2
pp. 166 – 196

Abstract

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RESUMO Introdução: Há diversas terapias sendo utilizadas, consideradas ou propostas para o tratamento da COVID-19, muitas carecendo de apropriada avaliação de efetividade e segurança. O propósito deste documento é fornecer recomendações baseadas nas evidências científicas disponíveis e em sua interpretação transparente, para subsidiar decisões sobre o tratamento farmacológico da COVID-19 no Brasil. Métodos: Um grupo de 27 especialistas e metodologistas integraram a força-tarefa formada pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Foram realizadas revisões sistemáticas rápidas, atualizadas até 28 de abril de 2020. A qualidade das evidências e a elaboração das recomendações seguiram o sistema GRADE. As recomendações foram elaboradas nos dias 5, 8 e 13 de maio de 2020. Resultados: Foram geradas 11 recomendações, embasadas em evidência de nível baixo ou muito baixo. Não há indicação para uso de rotina de hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, corticosteroides ou tocilizumabe no tratamento da COVID-19. Heparina deve ser utilizada em doses profiláticas no paciente hospitalizado, mas não deve ser realizada anticoagulação na ausência de indicação clínica específica. Antibacterianos e oseltamivir devem ser considerados somente nos pacientes em suspeita de coinfecção bacteriana ou por influenza, respectivamente. Conclusão: Até o momento, não há intervenções farmacológicas com efetividade e segurança comprovada que justifiquem seu uso de rotina no tratamento da COVID-19, devendo os pacientes serem tratados preferencialmente no contexto de pesquisa clínica. As recomendações serão revisadas continuamente, de forma a capturar a geração de novas evidências.

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