Medicina (Nov 2022)

Desfecho clínico de pessoas com diabetes infectadas pelo SARS-CoV-2 que desenvolveram Síndrome Respiratória Aguda Grave, Brasil.

  • Caroline Andrade,
  • Eduardo Geumaro,
  • Felipe Borges,
  • Ângelo Jacomossi

Journal volume & issue
Vol. 55, no. 3

Abstract

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Objetivo: Comparar os desfechos clínicos de pessoas com e sem Diabetes Mellitus tipo 2 (DM 2), infectadas pelo SARS-CoV-2, que desenvolveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado a partir de análise da ficha de notificação compulsória de Síndrome Respiratória Aguda Grave Hospitalizado, obtidas no DATASUS. Foram analisados homens e mulheres com e sem DM2, infectados pelo SARS-CoV-2 e notificados como SRAG no período de fevereiro de 2020 a maio de 2021. Foram identificados os desfechos: hospitalização, admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito. Em seguida, a porcentagem de cada desfecho entre pessoas com DM2 foi comparada com a de pessoas não-diabéticas infectadas no mesmo período, utilizando o teste de Qui-Quadrado, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: De um total de 384.805 pacientes, 111.046 eram diabéticos e 273.759 não diabéticos. Entre os diabéticos, 98.2% foram hospitalizados, 43.7% admitidos em UTI e 44.6% evoluíram a óbito. Enquanto entre os não-diabéticos, 97.3% necessitaram de hospitalização, 37.2% foram admitidos em UTI e 35.7% evoluíram a óbito. Após a análise com o teste de Qui-Quadrado, nos desfechos analisados foi encontrada uma diferença estatística significante (p<0.001) entre os grupos. Conclusão: A presença de DM 2 esteve associada a um pior prognóstico da COVID-19, quando comparada a pessoas sem DM2 na população brasileira. Entretanto, são necessários mais estudos para estabelecer a causalidade e elucidar a fisiopatologia dessa associação.

Keywords