Manuscrítica (Oct 2012)
Le manuscrit pluriel et polymorphe
Abstract
O que faz os manuscritos de criação artística a fonte de questões inesgotáveis é a densidade incomparável de informações que eles guardam. Essa densidade, que se apoia sobre aquela que caracteriza a obra de arte acrescentando componentes próprios, resulta de uma pluralidade semiótica: onde se entrecruzam sistemas múltiplos de sentido que cooperam e se contradizem, símbolos, ícones e índices, diagramas, partituras e scripts que se misturam; de uma pluralidade enunciativa: aquém do “falso” (Valéry) da obra acabada, escondendo, sob uma coerência fictícia, a multiplicidade de pontos de vista sucessivos, percebe-se uma subjetividade atomizada ao mesmo tempo que se encaminha em direção a uma unificação ortopédica - de uma pluralidade ou no mínimo de uma instabilidade axiológica: ê o laboratório ondepode-se observar minuciosamente uma faceta essencial da construção do valor estético. Em que medida essas características são encontradas fora do manuscrito literário ? Se a pluralidade semiótica é fãcil de ser encontrada em outros espaços, a pluralidade enunciativa é menos evidente, quanto a instabilidade do sistema de valores estéticos, seria necessário determinar aquilo a que poderia corresponder.