Aufklärung (Dec 2020)

O Conceito de Má consciência na Filosofia de Nietzsche versus o Conceito de Superego na Metapsicologia de Freud

  • Alessandra Uchôa Sisnando,
  • Italo de Azevedo Gomes

DOI
https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56771
Journal volume & issue
Vol. 7, no. esp

Abstract

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O presente trabalho tem o escopo de realizar uma comparação dos raciocínios que levaram à cunhagem de dois conceitos próximos: a Má Consciência, conforme descrita na obra Genealogia da Moral, de Friedrich Nietzsche; e o Supereu de Sigmund Freud, levando em conta sua obra Mal-Estar da Civilização (Cultura). Um dos elementos de aproximação entre os dois autores é o seguinte raciocínio: por conta de uma instância exterior a si mesmo, o homem desenvolveria uma tendência interior à autocontenção e à autoflagelação. Esta tendência seria uma propriedade adoecedora, contra a qual Nietzsche e Freud se sublevam. Em Nietzsche, esta autocensura é a má consciência: um sentimento de culpa que se abate sobre os homens pelo fato deles quererem exercer a sua força. O prazer instintual, animalesco e humano, uma vez amordaçado pelas leis da comunidade, pela responsabilidade, termina resultando na má consciência. Em Freud, o sujeito deve, em função do benefício da vida comunitária, moderar suas ambições de fruição do prazer. Ou seja, uma contenção que inicialmente era exterior e social, é internalizada e passa a compor a estrutura da mente do sujeito em questão.

Keywords