Revista Brasileira de Anestesiologia (Aug 2006)
Anestesia ambulatorial para radioterapia em paciente portador de miastenia gravis: relato de caso Anestesia ambulatorial para radioterapia en paciente portador de miastenia gravis: relato de caso Outpatient anesthesia for radiotherapy in a patient with myasthenia gravis: case report
Abstract
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A miastenia gravis (MG) é doença auto-imune rara, caracterizada pela redução de receptores nicotínicos na junção neuromuscular, com incidência de 14/100.000. O objetivo deste relato foi descrever o caso de paciente portador de miastenia gravis submetido à anestesia geral balanceada, para tratamento radioterápico de carcinoma espinocelular de parótida, em regime ambulatorial. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 87 anos, 87 kg, estado físico ASA III, com história de miastenia gravis; acidente vascular encefálico prévio (AVE); marca-passo por bloqueio atrioventricular total; hipertensão arterial sistêmica (HAS). Foram programadas sete sessões de radioterapia de 20 minutos para tratamento de tumor de parótida, sob anestesia geral. Na sala de radioterapia foi monitorizado com cardioscópio, monitor de pressão arterial não-invasiva, oxímetro de pulso, e submetido à anestesia geral com propofol e sevoflurano. Após a indução, foi mantido em ventilação espontânea com cânula de Guedel e cateter nasofaríngeo com O2 /sevoflurano, para acomodação da máscara imobilizadora. Na sala de recuperação pós-anestésica, não apresentou complicações. CONCLUSÕES: A escolha dos anestésicos e o acompanhamento clínico criterioso permitiram a boa evolução do paciente, com AVE prévio, cardiopata e idoso, submetido à anestesia geral balanceada para procedimento de aplicação de radioterapia, em regime ambulatorial.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La Miastenia Gravis (MG) es una enfermedad auto inmune rara, caracterizada por la reducción de receptores nicotínicos en la junción neuromuscular, con incidencia de 14/100.000. El objetivo de este relato fue el de describir el caso del paciente portador de miastenia gravis sometido a la anestesia general balanceada, para tratamiento radioterápico de carcinoma espinocelular de parótida en régimen ambulatorial. RELATO DEL CASO: Paciente del sexo masculino, 87 años, 87 kg, estado físico ASA III, con historial de miastenia gravis; accidente vascular encefálico previo (AVE); marcapaso por bloqueo atrio-ventricular total; hipertensión arterial sistémica (HAS). Fueron programadas siete sesiones de radioterapia de 20 minutos para tratamiento del tumor de parótida bajo anestesia general. En la sala de radioterapia fue monitorizado con cardioscopio, monitor de presión arterial no invasiva, oxímetro de pulso y sometido a anestesia general con propofol y sevoflurano. Después de la inducción, se mantuvo en ventilación espontánea con cánula de Guedel y catéter nasofaríngeo con O2 /sevoflurano, para acomodación de la máscara de inmovilización. En la sala de recuperación postanestésica, no presentó complicaciones. CONCLUSIONES: La elección de los anestésicos y el acompañamiento clínico de criterio permitieron la buena evolución del paciente, con AVE previo, cardiopata y anciano, sometido a la anestesia general balanceada para procedimiento de aplicación de radioterapia, en régimen ambulatorial.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Myasthenia Gravis (MG) is a rare autoimmune disease, characterized by the reduction in the number of nicotinic receptors in the neuromuscular junction, with an incidence of 14/100,000. The objective of this report is to describe the case of a patient with myasthenia gravis who underwent balanced general anesthesia for radiotherapy of a spinocellular carcinoma of the parotid gland as an outpatient. CASE REPORT: Male patient, 87 years old, 87 kg, physical status ASA III, with a prior history of myasthenia gravis; stroke; pacemaker for a third-degree AV block; and hypertension. He was scheduled for seven 20-minutes radiotherapy sessions under general anesthesia. In the radiotherapy room he was monitored with a cardioscope, noninvasive blood pressure, pulse oxymeter, and underwent general anesthesia with propofol and sevoflurane. After the induction, he maintained spontaneous ventilation with a Guedel canula and nasopharyngeal catheter with O2 /sevoflurane for proper fitting of the immobilizing mask. He did not present any complications in the post-anesthetic recovery room. CONCLUSIONS: The choice of anesthetics and strict clinical follow-up allowed an elderly patient, with prior stroke and cardiopathy, to be submitted to balanced general anesthesia for radiotherapy, as an outpatient, with good response.
Keywords