Revista de Saúde Pública (Apr 2005)
Evaluation of pharmaceutical assistance in public primary care in Brasília, Brazil Avaliação da assistência farmacêutica na atenção primária no Distrito Federal
Abstract
OBJECTIVE: Pharmaceutical assistance is essential in health care and a right of citizens according to Brazilian law and drug policies. The study purpose was to evaluate aspects of pharmaceutical assistance in public primary health care. METHODS: A cross-sectional study using WHO drug indicators was carried out in Brasília in 2001. From a random sample of 15 out of 62 centers thirty exiting patients per center were interviewed. RESULTS: Only 18.7% of the patients fully understood the prescription, 56.3% could read it, 61.2% of the prescribed drugs were actually dispensed, and mean duration of pharmaceutical dispensing was 53.2 seconds. Each visit lasted on average 9.4 minutes. Of prescribed and non-dispensed drugs, 85.3% and 60.6% were on the local essential drug list (EDL) respectively. On average 83.2% of 40 essential drugs were in stock, and only two centers had a pharmacist in charge of the pharmacy. The mean number of drugs per prescription was 2.3, 85.3% of prescribed drugs were on the EDL, 73.2% were prescribed using the generic denomination, 26.4% included antibiotics and 7.5% were injectables. The most prescribed groups were: cardiovascular drugs (26.8%), anti-infective drugs (13.1%), analgesics (8.9%), anti-asthmatic drugs (5.8%), anti-diabetic drugs (5.3%), psychoactive drugs (3.7%), and combination drugs (2.7%). CONCLUSIONS: Essential drugs were only moderately available almost 30 years after the first Brazilian EDL was formulated. While physician use of essential drugs and generic names was fairly high, efficiency was impaired by the poor quality of pharmaceutical care, resulting in very low patient understanding and insufficient guarantee of supply, particularly for chronic diseases.OBJETIVO: O acesso a medicamentos e seus serviços é indispensável às ações de saúde e um direito do cidadão segundo a política de medicamentos e a legislação brasileira. O objetivo do estudo foi avaliar aspectos da assistência farmacêutica na atenção primária, em centros de saúde. MÉTODOS: Estudo transversal utilizando indicadores da assistência farmacêutica propostos pela Organização Mundial de Saúde, em amostra aleatória de 15 centros de saúde dos 62 do Distrito Federal, em 2001. Em cada centro foram entrevistados 30 usuários. RESULTADOS: Apenas 18,7% dos pacientes compreendiam integralmente a prescrição, sendo que 56,3% conseguiam ler a receita. Foram efetivamente dispensados 61,2% dos medicamentos prescritos, o tempo médio de dispensação foi de 53,2 segundos e o de consulta 9,4 minutos. Dos medicamentos prescritos, 85,3% pertenciam à Relação de Medicamentos Essenciais, bem como 60,6% dos não atendidos. Da lista de 40 medicamentos-chave, 83,2% estavam disponíveis. Apenas duas unidades tinham farmacêutico responsável pela farmácia. O número médio de medicamentos por prescrição foi de 2,3. Foram prescritos pelo nome genérico 73,2% dos medicamentos onde 26,4% eram antibióticos e 7,5% injetáveis. Os grupos farmacológicos mais prescritos foram: cardiovasculares (26,8%), antimicrobianos (13,1%), analgésicos (8,9%), antiasmáticos (5,8%), antidiabéticos (5,3%), psicoativos (3,7%) e associações (2,7%). CONCLUSÕES: Após 30 anos da elaboração da primeira relação de medicamentos essenciais no Brasil, esses ainda estão apenas parcialmente disponíveis na rede pública, inclusive os destinados a doenças crônicas. Os prescritores utilizam a relação atualizada e nomes genéricos, mas a eficiência das ações de assistência farmacêutica está seriamente comprometida pelos baixos níveis de compreensão dos pacientes e pela dificuldade de acesso.
Keywords