ANEMIA FERROPRIVA GESTACIONAL: IMPACTOS MATERNO-FETAIS E ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

Abstract

Introdução: A anemia gestacional é definida como a condição na qual os níveis de hemoglobina estão abaixo de 11 g/dL no primeiro e terceiro trimestres da gravidez, e abaixo de 10,5 g/dL no segundo trimestre. Essa condição é um fator de risco tanto para a mãe quanto para o feto. Embora a “anemia dilucional” seja um fenômeno fisiológico durante a gestação, ocorrendo devido ao aumento do volume sanguíneo que “dilui” os glóbulos vermelhos, quando associada à deficiência de ferro ou folato, seja pelo aumento da demanda desses nutrientes ou pela ingestão materna inadequada, está ligada ao nascimento de bebês com baixo peso e a várias outras complicações para a mãe e o recém-nascido. Objetivo: Esta revisão de literatura tem como objetivo discutir o impacto negativo da anemia ferropriva materna durante a gestação, destacando as consequências para a gestante e a criança, e abordando estratégias de prevenção. Métodos: Foi realizada uma pesquisa eletrônica em bases de dados como PubMed e Scielo, resultando na identificação de 998 trabalhos ao utilizar o termo-chave “maternal anemia and low birth weight newborn”. Foram selecionados 46 materiais com base em critérios como publicações dos últimos cinco anos na área médica, estudos randomizados, revisões de literatura, revisões sistemáticas e meta-análises. Após leitura minuciosa, cinco artigos que atendiam aos critérios pretendidos foram selecionados. Resultados e discussão: A análise dos trabalhos revelou que a anemia materna é um fator que contribui para o nascimento de bebês com baixo peso e compromete o desenvolvimento cognitivo da criança a longo prazo, devido à possibilidade de anemia infantil precoce associada à materna. Um dos artigos destacou que a suplementação de ferro em grávidas não anêmicas reduziu o risco de anemia ferropriva materna e do nascimento de bebês com baixo peso. Além disso, um estudo associou a anemia por deficiência de ferro ao aumento da taxa de cesáreas, à ocorrência de hemorragias pós-parto, e como causa primária de morte em uma em cada cinco parturientes, além de estar relacionada a até 50% dos óbitos maternos. Conclusão: Conclui-se que a anemia gestacional por deficiência de ferro desencadeia várias consequências adversas para a segurança e bem-estar materno-fetal, além de comprometer o desenvolvimento cognitivo do bebê. A identificação precoce através do acompanhamento rotineiro e a suplementação profilática, aliada a uma ingestão nutricional adequada, são medidas essenciais para prevenir essa condição durante a gestação.