Revista Brasileira de Terapia Intensiva ()

Retardo na transferência do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva: impacto nos desfechos do paciente. Um estudo retrospectivo

  • Waleed Tharwat Aletreby,
  • Peter G. Brindley,
  • Ahmed Naji Balshi,
  • Basim Mohammed Huwait,
  • Abdulrahman Mishaal Alharthy,
  • Ahmed Fouad Madi,
  • Omar Elsayed Ramadan,
  • Alfateh Sayed Nasr Noor,
  • Wasim S. Alzayer,
  • Mohammed A. Alodat,
  • Hend Mohammed Hamido,
  • Shahzad Ahmed Mumtaz,
  • Abdullah Balahmar,
  • Papas Vasillios,
  • Huda Mhawish,
  • Dimitrios Karakitsos

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-507x.20210014

Abstract

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RESUMO Objetivo: Estudar o impacto do retardo na admissão à unidade de terapia intensiva em mais do que 4 horas nos desfechos de pacientes críticos. Métodos: Este foi um estudo observacional retrospectivo, no qual pacientes adultos admitidos diretamente do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva foram divididos em dois grupos: Tempo Adequado, se admitidos dentro de 4 horas, e Admissão Retardada, nos casos em que a admissão demorou mais do que 4 horas para ocorrer. Compararam-se, entre os grupos, o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e a taxa de mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital. Foi realizado pareamento por escore de propensão para correção de desequilíbrios. Utilizou-se uma análise de regressão logística para explorar retardo da admissão como fator independente de risco para mortalidade na unidade de terapia intensiva. Resultados: Durante o período do estudo, 1.887 pacientes foram admitidos diretamente do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva, sendo que 42% dessas admissões foram retardadas. Os pacientes com retardo tiveram permanências na unidade de terapia intensiva significantemente mais longas e maior mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital. Esses resultados persistiram após pareamento dos grupos por escore de propensão. O retardo da admissão foi fator independente de risco para mortalidade na unidade de terapia intensiva (RC = 2,6; IC95% 1,9 - 3,5; p < 0,001). A associação de retardo e mortalidade na unidade de terapia intensiva surgiu após período de retardo de 2 horas e foi mais alta após período de retardo de 4 horas. Conclusão: O retardo da admissão do pronto-socorro para a unidade de terapia intensiva é fator de risco independente para mortalidade na unidade de terapia intensiva, sendo a associação mais forte após retardo de 4 horas.

Keywords