Trabalho Necessário (Dec 2009)
EDUCAÇÃO PARA TODOS E REPRODUÇÃO DO CAPITAL
Abstract
O artigo busca inserir-se no debate educacional crítico, situando o Projeto de Educação para Todos no contexto do capitalismo contemporâneo. Nesse sentido, destaca os princípios e diretrizes que vêm balizando os documentos resultantes das conferências e fóruns mundiais de Educação Para Todos, examinando especificamente a Declaração de Jomtien (1990), a Declaração de Nova Delhi (1993) e o Marco de Ação de Dakar (2000). Para proceder-se à análise de tais documentos, tomou-se a educação na perspectiva ontohistórica; efetuando-se, outrossim, a crítica marxista ao sistema metabólico do capital e suas demandas no campo educacional, às quais, hodiernamente, a panacéia em torno da Educação Para Todos busca responder. O estudo reafirma a minimização do atual projeto de universalização do ensino básico, centrado numa ampla reforma da educação, dirigida, em última análise, aos interesses do mercado e à boa governança a bem da reprodução do capital, diante de sua crise estrutural (Mészáros). Avesso, por conseguinte, aos princípios de uma educação fundada no acesso universal ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade.