RevSALUS (Jul 2023)

A competência emocional dos enfermeiros na prestação de cuidados

  • Isilda Ribeiro,
  • Regina Pires,
  • Palmira Oliveira,
  • Cristina Barroso,
  • Fátima Segadães,
  • José Carlos Carvalho,
  • Júlia Marques

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.560
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Sup

Abstract

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Introdução: As emoções ocupam um papel fundamental e determinante no desenvolvimento da competência emocional dos enfermeiros, ao longo da vida académica e profissional. Perante este desafio, os enfermeiros percecionam a sua conduta baseando-se nos sentimentos e emoções, dado que, estão sempre envolvidos na dualidade cuidar/ser cuidado, em função da complexidade em que a pessoa com doença se encontra. Objetivos: Caraterizar as variáveis sociodemográficas da população em estudo e analisar a compe tência emocional dos enfermeiros. Material e Métodos: Estudo exploratório-descritivo, abordagem quantitativa, desenvolvido nos serviços de medicina de um hospital do norte de Portugal. Colheita de dados (junho 2022) através de um questionário em formato de papel, com um código atribuído aleatoriamente, para assegurar a confidencialidade, anonimato/sigilo dos dados. Foi utilizada a Escala Veiga da Competência Emocional (EVCE), autorizada pela autora, traduzida/validada para população portuguesa. Obteve-se uma amostra não probabilística de 45 enfermeiros que preencheram consentimento informado, sendo critérios inclusão: enfermeiros em situação laboral ativa e no cuidado direto à pessoa com doença crónica. Tratamento e análise de dados através da estatística descritiva e inferencial (testes não paramétricos) com recurso ao Software SPSS-27.0. Resultados: Maioritariamente os enfermeiros eram do sexo feminino (n=35; 77,78%), com idades compreendidas entre os 26-55 anos. Similarmente na maioria, possuíam licenciatura (60,4%) e 37,0% apresentava especialidade em enfermagem. Questões relacionadas com a situação profissional: 94% dos participantes gostam do seu local trabalho, 79% consideram que o seu chefe reconhece o seu trabalho, 28% acham que as suas ideias não são escutadas/reconhecidas e, 72% sentem-se realizados profissionalmente. Relativamente ao grau de importância atribuído às questões da situação profissional, foi considerado, muito importante a “estabilidade emocional na relação com os outros e na prestação de cuidados”; e, como bastante importante a “relação com a pessoa doente/estabilidade emocional”. O sexo feminino perceciona-se “frequentemente” empático na prestação de cuidados. Os enfermeiros especialistas também se perspetivam como profissionais empáticos, quando comparados com os enfermeiros de cuidados gerais. Conclusões: Apesar da amostra ser pouco representativa, verificou-se que os enfermeiros, nomeadamente do sexo feminino, e com mais habilitações académicas consideram muito importante a estabilidade emocional na prestação de cuidados. Sugerem-se investigações com amostras mais amplas para obter resultados mais robustos.

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