Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO LINFOMA NÃO HODGKIN NA REGIÃO CENTRO-OESTE

  • NV Gimenes,
  • MF Dias,
  • AB Mingati,
  • TS Aquino,
  • DFB Rêgo,
  • MPP Oliveira,
  • ESM Almeida,
  • ALP Sousa,
  • IV Bastos,
  • CBCD Carmo

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1105

Abstract

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Objetivos: Revisar e descrever as características epidemiológicas do Linfoma Não Hodgkin (LNH) no Centro-Oeste (CO), com a proposta de identificar os fatores de risco e padrões de incidência que, posteriormente, podem ser alvos de estratégias novas de rastreio para diagnóstico precoce. Material e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, realizado na região CO, com dados obtidos a partir do DATASUS. Foram analisados dados do período 2018-2023, a coleta de informações ocorreu em fevereiro de 2024. O estudo foi baseado nos casos onde foi diagnosticado o LNH, tendo como variáveis analisadas: faixa etária, sexo, ano do diagnóstico, tempo de tratamento, região do diagnóstico, unidade federativa do diagnóstico e modalidade terapêutica. Resultados: No período analisado, foram documentados 41.532 casos de LNH no Brasil. A região que apresentou maior quantidade de novos diagnósticos foi a Sudeste, com 44,9% (n = 18.688), em contrapartida, a CO representou apenas 5,9% (n = 2.491) dos casos. Dentre estes, percebe-se uma predominância no sexo masculino, 54,5% (n = 1.358), em relação ao feminino, 45,5% (n = 1.133). Quanto à faixa etária, tem um maior acometimento na população de 60 a 64 anos, com 12% (n = 305) dos casos e uma menor incidência entre a de 20 a 24 anos, com 3% (n= 76). Em relação ao tratamento mais empregado, observa-se o uso da quimioterapia em 71,6% (n = 1.786). Quanto ao tempo de tratamento, verificou-se que 36,6% (n = 914) dos casos duraram até 30 dias, enquanto uma duração superior a 60 dias foi observada em 26% (n = 652) destes. Durante o período, o ano de 2019 foi o de maior incidência, com 554 novos casos, enquanto que 2018 apresentou somente 307. Discussão: Os resultados analisados mostram uma discrepância na quantidade de casos de LNH entre as diferentes regiões do Brasil, que está diretamente relacionada à densidade demográfica e desenvolvimento de cada região. Nota-se que a região CO, caracterizada pela densidade demográfica reduzida e pelo desenvolvimento regular em saúde, apresenta números inferiores tanto de diagnóstico, quanto de tratamento. A faixa etária mais acometida pelo LNH está associada à senescência, sendo este processo reconhecido pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE). No quesito tratamento do LNH, a predominância da quimioterapia é destacada, junto a sua eficácia. Apesar disso, é necessária uma abordagem individualizada para cada paciente. Embora a maioria dos tratamentos tenha duração de até 30 dias, é notória a proporção significativa de pacientes que requerem tratamento prolongado. Conclusão: A análise do perfil epidemiológico do LNH na região CO revelou importantes informações acerca dos padrões de incidência e do tratamento da doença. A região estudada, ao ocupar o penúltimo lugar entre os casos diagnosticados, evidencia a relação entre densidade demográfica/desenvolvimento regional e a incidência dos casos, destacando a necessidade de políticas públicas nas áreas com menor acesso aos centros de referência e maior investimento nas áreas de maior população.