Revista Brasileira de Inovação (Jan 2004)

Innovation and the Development Convention in Brazil

  • Fabio Stefano Erber

Journal volume & issue
Vol. 3, no. 1 jan/jun
pp. 35 – 54

Abstract

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Durante os anos noventa a economia brasileira foi governada por uma visão específica do processo de desenvolvimento econômico que enfatizava o papel do progresso técnico como um meio para atingir crescimento econômico rápido e estável. Não obstante, o grau de inovação tecnológica endógena no Brasil permanece muito baixo. Este artigo explora a conjectura de que este último resultado é uma conseqüência da visão hegemônica de desenvolvimento. A primeira seção do artigo apresenta dados quantitativos e qualitativos para apoiar nossa afirmativa a respeito da inovação da economia brasileira. A segunda seção argumenta que a “visão de desenvolvimento” pode ser tratada como uma “convenção”, um conjunto de crenças compartilhado pelos tomadores de decisão, utilizado para identificar os principais problemas que uma estratégia de desenvolvimento deve enfrentar e os meios adequados para resolver estes problemas. Uma convenção de desenvolvimento contém também uma agenda “negativa” — questões e soluções que devem ser evitados. A mesma seção analisa a convenção de desenvolvimento que foi hegemônica dos anos noventa até a data do artigo (2002) e as implicações de suas agendas — positiva e negativa — para o desenvolvimento tecnológico, supondo que a convenção tivesse funcionado como seus defensores acreditavam. Os resultados hipotéticos são consistentes com os fatos relatados na seção inicial. A última seção comenta o efetivo funcionamento da convenção de desenvolvimento, argumentando que a prática exacerbou as características tecnológicas presentes na “forma pura” da convenção. Na conclusão, discute-se brevemente o papel da inovação numa nova convenção de desenvolvimento que delineava-se à época.From the beginning of the nineties the Brazilian economy was ruled by a specific view of the process of economic development, which emphasized the role of technical progress as a means to achieving fast and stable economic growth. Nonetheless, the degree of endogenous technical innovation in Brazil remains very low. This paper explores the conjecture that the latter result is a consequence of the hegemonic view of development. The first section presents some quantitative and qualitative data to support our assertion about the innovativeness of the Brazilian economy. The second section argues that the “view of development” may be profitably treated as a “convention”, a set of beliefs shared by decision-makers and used to identify the main issues which a development strategy has to tackle and the appropriate means to address such issues. A development convention contains also a “negative” agenda — issues and solutions which should be avoided. The same section then analyses the development convention which was hegemonic from the nineties to the date of the paper (2002) and the implications of its positive and negative agendas for technological development, assuming such convention had worked as its supporters supposed it would. It argues that the theoretical results are consistent with the facts described in the first section. The last section comments the actual working of the development convention, arguing that it stressed the main technological features present in the “pure form” of the convention and concludes with a brief discussion of the role of innovation in a new development convention which seemed to be arising at that time.

Keywords