Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Oct 2020)

Delirium e qualidade de vida em pacientes críticos: um estudo de coorte prospectivo

  • Lúcia Fabiane da Silva Luz,
  • Moreno Calcagnotto dos Santos,
  • Tiago Almeida Ramos,
  • Clarissa Balbão de Almeida,
  • Márcia Cristina Rover,
  • Claudia Pellizzer Dal’Pizzol,
  • Cristiane Letícia da Silva Pohren,
  • Aline Vanessa da Silva Martins,
  • Márcio Manozzo Boniatti

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-507x.20200072
Journal volume & issue
Vol. 32, no. 3
pp. 426 – 432

Abstract

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RESUMO Objetivo: Avaliar a associação entre a incidência de delirium na unidade de terapia intensiva e qualidade de vida 1 mês após a alta hospitalar Métodos: Trata-se de estudo de coorte prospectivo desenvolvido em unidades de terapia intensiva de dois hospitais de média complexidade durante o período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016. Delirium foi identificado por meio da escala Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit. No momento da alta hospitalar, foram avaliadas capacidade funcional e cognição por meio do índice de Barthel e da escala de Mini Exame do Estado Mental, respectivamente. Após 30 dias da alta hospitalar do paciente, por meio de contato telefônico, aplicou-se o questionário World Health Organization Quality of Life-Bref. Resultados: Foram incluídos 216 pacientes. Delirium foi identificado em 127 (58,8%) deles. Os pacientes com delirium apresentaram maior dependência funcional (mediana do índice de Barthel 50,0 [21,2 - 70,0] versus 80,0 [60,0 - 95,0]; p < 0,001) e menor cognição (escore do Mini Exame do Estado Mental 12,9 ± 7,5 versus 20,7 ± 9,8; p < 0,001) na alta hospitalar. Com relação à qualidade de vida, avaliada 1 mês após alta hospitalar, não houve diferença, em nenhum dos domínios, entre os pacientes com e sem delirium. Conclusão: Nossos achados sugerem que os pacientes com delirium na unidade de terapia intensiva não apresentam piora da qualidade de vida 1 mês após a alta hospitalar, apesar de apresentarem maior prejuízo cognitivo e incapacidade funcional no momento da alta hospitalar.

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