Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (Jan 2008)

Uso e conhecimento ortográfico no transtorno específico da leitura Orthographic knowledge and use in children with dyslexia

  • Rosana Siqueira Dias,
  • Clara Regina Brandão de Ávila

DOI
https://doi.org/10.1590/S1516-80342008000400014
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 4
pp. 381 – 390

Abstract

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OBJETIVO: Investigar como escolares com Transtorno Específico de Leitura (TLE) aplicam em suas escritas a regra de correspondência fono-grafêmica independente do contexto e como identificam e analisam os erros que produzem na escrita, segundo as variáveis: freqüência de aparecimento do item lingüístico e a série do escolar. MÉTODOS: Foram analisados e comparados os erros de escrita obtida a partir de ditado de palavras de alta e baixa freqüência e pseudopalavras, de escolares de 1ª a 4ª série da rede particular de ensino fundamental. Avaliaram-se 56 escolares: 28 com TLE constituíram o grupo pesquisa e 28 sem queixas ou alterações, pareados por idade, sexo e série, o grupo de comparação. Justificativas dos erros e acertos de escrita foram gravadas e comparadas. RESULTADOS: Os escolares do grupo pesquisa mostraram pior desempenho quando comparados com o de comparação. Além disso, observou-se diminuição dos erros, conforme a progressão da escolaridade, principalmente na escrita de palavras de alta freqüência. Os escolares do grupo pesquisa apresentaram maior dificuldade em analisar os itens lingüísticos escritos e reconhecer as escritas corretas. CONCLUSÕES: As crianças com transtorno específico de leitura apresentaram maior dificuldade em escrever e analisar a escrita de ortografia transparente. O efeito da freqüência do item lingüístico facilitou a identificação do erro. Nesse grupo de escolares os erros diminuíram com a progressão das séries e variaram conforme o item lingüístico.PURPOSE: To investigate how children with dyslexia use the phonographemic correspondence rule in their writing regardless of context and how they identify and analyze their writing mistakes according to the variables: frequency of occurrence of the linguistic item and school grade. METHODS: The writing errors observed on a task of dictation of high- and low-frequency words and pseudowords were analyzes and compared. Fifty-six students from 1st to 4th grades of private elementary schools were evaluated: 28 with dyslexia (research group), and 28 without writing complaints or deficits (comparison group), paired by age, gender and grade. The reasons for right and wrong answers were taped and compared. RESULTS: The statistic analysis showed that students with dyslexia performed worse than the comparison group. Moreover, there was a decrease in the number of errors with the progression of schooling, especially in high frequency words. Students with dyslexia showed more difficulty to analyze the linguistic items and recognize their correct writing. CONCLUSION: Children with dyslexia had more difficulties in writing and analyzing linguistic items of transparent orthography. The effect of lexical frequency facilitated error identification. The occurrence of errors decreased with schooling progression and varied according to linguistic item.

Keywords