Pretextos (Dec 2016)
SER OFICINEIRO A LUZ DA PSICODINÂMICA DO TRABALHO: IMPASSES E POSSIBILIDADES
Abstract
Este artigo traz, à luz da psicodinâmica, algumas compreensões acerca do trabalho realizado por oficineiros junto à população jovem, considerada em situação de vulnerabilidade social, de uma região da cidade de Belo Horizonte-MG. Desenvolveu-se uma prática investigativa durante a disciplina Saúde Mental e Trabalho\Clínicas do Trabalho, com pesquisa de campo sobre as relações de trabalho e processos subjetivos fundamentado em uma determinada clínica do trabalho. O grupo de autoras do presente artigo teve como objetivo estabelecer possíveis relações entre o trabalho do oficineiro, e a saúde mental dos mesmos. Como fundamentação teórica utilizou-se alguns autores como Dejours, Bueno e Macedo, Maraschin, Chassot, Gorczevski, na perspectiva psicanalítica, com ênfase na psicodinâmica do trabalho, e Lhuilier, uma referência da psicossociologia do trabalho, que traz contribuições para a psicodinâmica do trabalho. Elaborou-se um roteiro de entrevista semiestruturada que possibilitou a coleta de dados para melhor compreensão do fenômeno estudado. Da análise crítica das observações de campo e os relatos dos oficineiros entrevistados, articulados à fundamentação teórica, destaca-se a importância do reconhecimento no trabalho, preocupações para além do espaço físico do trabalho na oficina, e a dificuldade de separar a vida privada da profissional. A construção do presente artigo proporcionou troca de saberes, reflexões e clareza acerca do papel desempenhado pelos oficineiros e de sua importância nas comunidades em situações vulneráveis, o que abriu uma nova questão a ser investigada. A saber se o reconhecimento do trabalho realizado pelos oficineiros viabiliza uma proteção contra os riscos à saúde mental.