Revista Brasileira de Terapia Intensiva ()

Atitudes clínicas e barreiras percebidas para a mobilização precoce de pacientes graves em unidades de terapia intensiva adulto

  • Paula Caitano Fontela,
  • Luiz Alberto Forgiarini Jr.,
  • Gilberto Friedman

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-507x.20180037
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 2
pp. 187 – 194

Abstract

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RESUMO Objetivo: Avaliar o conhecimento dos profissionais da equipe multiprofissional sobre mobilização precoce em pacientes graves adultos, e identificar atitudes e barreiras percebidas para sua realização. Métodos: Estudo transversal realizado com médicos, profissionais de enfermagem e fisioterapeutas de seis unidades de terapia intensiva de dois hospitais de ensino no segundo semestre de 2016. Foram indicadas respostas com uma escala Likert de 5 pontos, as quais foram registradas como proporção de profissionais concordantes e discordantes. Teste do qui quadrado e exato de Fisher foram usados para determinar diferenças nas respostas por nível de formação, experiência prévia com mobilização precoce e anos de experiência em unidade de terapia intensiva. Resultados: Responderam o questionário 98 de 514 profissionais (taxa de resposta de 19%). Os benefícios da mobilização precoce reconhecidos foram manutenção da força muscular (53%) e redução no tempo de ventilação mecânica (83%). Atitudes favoráveis à mobilização precoce foram consentir que seus benefícios em pacientes sob ventilação mecânica superassem os riscos relacionados aos pacientes e à equipe; que a mobilização precoce deveria ocorrer rotineiramente por meio de protocolos de enfermagem e fisioterapia; e em alterar os parâmetros da ventilação mecânica e reduzir a sedação dos pacientes, para facilitar a mobilização precoce. As principais barreiras identificadas foram indisponibilidade de profissionais e tempo para a mobilização precoce, excesso de sedação, delirium, risco de autolesão musculoesquelética e excesso de estresse no trabalho. Conclusão: Os profissionais conhecem os benefícios da mobilização precoce e reconhecem atitudes que tornam favorável sua realização. Entretanto, aplicar a mobilização precoce foi percebida como desafiador, principalmente pela indisponibilidade de profissionais e tempo para a mobilização precoce, sedação, delirium, risco de autolesão musculoesquelética e excesso de estresse no trabalho.

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