Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Jun 2002)

Correção cirúrgica da coartação da aorta nos primeiros seis meses de vida

  • Luciano Cabral ALBUQUERQUE,
  • Marco Antônio GOLDANI,
  • Juremir João GOLDANI,
  • Rubens Lorentz ARAÚJO,
  • Ricardo Medeiros PIANTÁ,
  • Luciane Barreneche NARVAES,
  • Júlia de Barros MACHADO,
  • Jeferson AITA,
  • João Batista PETRACCO

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76382002000200007
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 2
pp. 137 – 143

Abstract

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OBJETIVO: Avaliar os resultados imediatos e tardios da correção cirúrgica da coartação da aorta torácica (CoAo) nos primeiros seis meses de vida. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Entre janeiro de 1994 e maio de 2001, 89 pacientes foram submetidos à correção de CoAo pelas técnicas de aortoplastia com flap de subclávia (Grupo 1 / n=49), e resseção com anastomose término-terminal (Grupo 2 / n=40). Foram analisadas e comparadas as seguintes variáveis: idade no momento da operação, presença de anomalias intracardíacas, gradiente de pressão pré e pós-operatório, complicações e mortalidade cirúrgicas, bem como sobrevida tardia livre de eventos. RESULTADOS: Houve predomínio do sexo masculino (n=60 - 68%) e a grande maioria dos casos foram operados no primeiro mês de vida, por insuficiência cardíaca (IC) refratária (n=62 - 70%). A CoAo apresentou-se isolada em 23 (26%) pacientes, e associada a defeitos intracardíacos em 66 (74%). O gradiente médio pré e pós-operatório foi, respectivamente, de 42 mmHg e 4,5 mmHg, não havendo diferença entre os grupos. As complicações cirúrgicas mais freqüentes foram hipertensão arterial persistente (n=27), estenose residual (n=5) e sangramento (n=3), e a mortalidade operatória foi de 10,2% (n=9), sendo significativamente maior nos casos com cardiopatias associadas (12% vs. 4% - p<0,05). Não houve diferença na incidência de complicações e mortalidade entre os grupos. A ocorrência de recoartação tardia foi de 16% no grupo 1 e 15% no grupo 2 (p=NS), e a taxa de sobrevida livre de eventos em 60 meses foi de 76% e 81%, respectivamente (p=NS). CONCLUSÕES: A maioria dos casos de CoAo manifesta nos primeiros meses de vida requer correção ainda precocemente, por IC refratária. A mortalidade cirúrgica é significativa naqueles pacientes com defeitos intracardíacos; não houve diferenças na morbi-mortalidade e na incidência de recoartação, entre as técnicas cirúrgicas empregadas.

Keywords