Revista de Saúde Pública (Oct 1993)

The social adjustment of patients with schizophrenia: implications to the mental health policy in Brazil O ajustamento social de pacientes com esquizofrenia: implicações para a política de saúde mental no Brasil

  • Paulo R. Menezes,
  • Anthony H. Mann

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89101993000500004
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 5
pp. 340 – 349

Abstract

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A sample (n=124) of schizophrenic patients from a defined catchment area of the city os S.Paulo, Brazil, who had been consecutively admitted to hospital, was assessed for psychopathological status and social adjustment levels. Sociodemographic, socio-economic and occupational characteristics were recorded: almost 30% of the subjects had no occupation and received no social benefit, more than two-thirds had a monthly per capita income of US$ 100.00 or less. Sixty-five percent presented with Schneiderian firstrank symptoms. Nearly half the sample showed poor or very poor social adjustment in the month prior to admission. The most affected areas of social functioning were participation in the household activities, work and social withdrawal. The current mental health policy of promoting extra-mural care as an alternative to the previous hospital-based model will then mean the investment in a network of new community-based services, that give effective treatment and support to patients and their families. The need of further research into the current picture of mental disorders in the country is stressed.A esquizofrenia é um importante problema de saúde pública em países desenvolvidos, afetando em média 0,5/1000 pessoas adultas e causando altos custos econômicos para a sociedade. Em países menos desenvolvidos não há muitas informações disponíveis, mas projeções baseadas nas taxas de incidência e tendências demográfica sugerem que o número de casos nesses países deve aumentar em 87% de 1975 ao ano 2000. No Brasil o diagnóstico de esquizofrenia representa cerca de um terço de todas as internações psiquiátricas, e até o presente existe uma falta de informações sobre as condições reais desses pacientes. Com esse objetivo, uma amostra (n=124) de pacientes esquizofrênicos residentes em uma região geográfica de captação definida na cidade de São Paulo, Brasil, e que haviam sido internados consecutivamente em hospitais psiquiátricos dessa região, foi avaliada quanto à psicopatologia e níveis de ajustamento social. Características sociodemográficas, socioeconômicas e ocupacionais também foram registradas. Os resultados indicaram uma população de pacientes com altos níveis de comprometimento psiquiátrico e de ajustamento social. Sessenta e cinco por cento apresentavam sintomas nucleares de esquizofrenia. Quase metade da amostra apresentou ajustamento social pobre ou muito pobre no mês anterior à internação psiquiátrica. As áreas de funcionamento social mais afetadas foram participação nas atividades domésticas, trabalho e isolamento social.Quase 30% da amostra não tinha nenhuma ocupação e não recebia nenhum tipo de benefício social, e mais de dois terços tinham renda per capta mensal de US$ 100.00 ou menos. A política de saúde mental atual de promover cuidados extra-hospitalares como alternativa ao modelo hopitalocêntrico anterior implicará o investimento para a criação de uma rede de novos serviços de saúde mental, baseados na comunidade, que possam dar tratamento e apoio efetivos aos pacientes e suas famílias. É reforçada a necessidade de novas investigações sobre o quadro atual de problemas psiquiátricos no país.

Keywords