Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada (Jan 2012)
Conhecimentos e atitudes de farmacêuticos em farmácias e drogarias do Butantã - São Paulo
Abstract
No presente estudo, avaliou-se o conhecimento técnico e legislativo, atitudes e perfis dos farmacêuticos responsáveis por farmácias e drogarias no bairro do Butantã, na cidade de São Paulo. Para tal fim aplicou-se um questionário aos proprietários/gerentes e farmacêuticos dos estabelecimentos, além disso, outros dados foram colhidos por inspeção visual. Para análise empregou-se estatística descritiva. Do total de 49 estabelecimentos, 40 foram visitados. Apenas 35% dos farmacêuticos consentiram participação e 30% não foram encontrados. Apenas um estabelecimento possuía placas obrigatórias em conformidade e em 43,5% constatou-se venda de produtos alheios à saúde. Práticas ilegais como aferição de pressão por balconistas, recebimento de comissões sobre vendas de medicamentos e venda de antibióticos sem receita foram reportadas. Metade dos farmacêuticos citou antibióticos como medicamentos de venda livre. Frequentemente afirmaram descontentamento salarial e ausentavam-se do estabelecimento. Pode-se inferir que os entrevistados possuem formação em áreas diferentes da Atenção Farmacêutica; pouco conhecimento de inglês e baixa cultura científica. Em geral, possuíam conceitos distorcidos sobre medicamentos genéricos e utilizavam para consulta fontes bibliográficas de baixa qualidade. Os estabelecimentos visitados pareciam mais comerciais do que de saúde. A Atenção Farmacêutica inexistia e encontrava-se inapta à implantação. Muitos estabelecimentos e profissionais não cumpriam com a legislação vigente. Os farmacêuticos apresentavamse despreparados e possuíam percepções ambíguas: profissional de saúde e comerciante.